Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

BLOG SOBRATEMA

Publicado em 10 de dezembro de 2018 por Mecânica de Comunicação

Equilíbrio entre energia e temperatura de compactação garante eficiência de pavimento asfáltico

A obtenção de bons resultados na execução de revestimentos asfálticos exige um eficiente e rigoroso controle tecnológico da compactação da mistura, pois é esse o estágio em que a resistência plena do material é desenvolvida e que a textura adequada do revestimento é atingida. A não observância dos limites de temperatura previstos em especificações e a compactação inadequada provocam a fadiga da mistura asfáltica ao longo do tempo de uso, podendo provocar patologias prejudiciais ao revestimento asfáltico.   

Profissionais envolvidos em trabalhos de pavimentação asfáltica devem sempre levar em conta dois parâmetros fundamentais: energia e temperatura de compactação. Além de possuírem grande influência nos índices volumétricos, afetam de maneira significativa algumas das principais propriedades mecânicas dos concretos asfálticos, como resistência à tração, módulo de resiliência e resistência à fadiga. 

Levando em conta os dois parâmetros, estudos acadêmicos investigaram diferentes combinações de valores de temperatura e energia empregados no processo de compactação asfáltica. Utilizando o ensaio Marshall, conhecido método de análise por meio de corpos de prova do material betuminoso, uma das pesquisas demonstrou que uma temperatura de 140ºC aliada a 60 golpes por face é favorável. Esse último número corresponde a quantidade de vezes que o corpo de provas betuminoso foi processado pelo compactador experimental. Com essa combinação, os testes de laboratório observaram altos valores de resistência à tração e bom desempenho quanto ao módulo de resiliência, assim como resultados satisfatórios de resistência à fadiga. Na situação em que se empregou 160ºC com 60 golpes, apesar da alta temperatura do ligante, não foi observado a exsudação da mistura, porém, os autores da pesquisa não recomendam ultrapassar tal temperatura, pelo risco de degradação. Também foram testadas situações com 30 e 90 golpes e 90º C.

A versão integral do estudo está na tese de mestrado Influência da Energia e da Temperatura de Compactação nos Parâmetros Volumétricos e nas Propriedades Mecânicas dos Concretos Asfálticos, de autoria de Alexandre Pedro de Albuquerque, com orientação de Luis Alfredo Ventorini, Salomão Pinto e Álvaro Vieira, apresentada no Instituto Militar do Rio de Janeiro.