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Publicado em 17 de outubro de 2024 por Mecânica de Comunicação

Conservação da água e do solo são elementos estruturantes para a sustentabilidade em mineração

O crescimento da geração de rejeitos por volume mineral processado tende a amplificar os impactos negativos da atividade na água e no solo, os quais provocam a competição entre as plantas de mineração, as comunidades locais, a agricultura e a indústria por fatores críticos para a sobrevivência humana.

A análise das melhores práticas para o aproveitamento de rejeitos da mineração indica que a conservação da água e do solo são elementos estruturantes para a sustentabilidade em mineração. Além disto, o uso dos rejeitos em construção civil, reaterro de minas, bioextração e recuperação de elementos de terras raras se destacam como práticas sustentáveis, que ainda exigem investimentos e engajamentos consideráveis para se consolidarem como parte de um sistema integrado de produção mineral.

A viabilidade ambiental das atividades de mineração estão, na atualidade, condicionadas à adoção sistemática de boas práticas de produção, voltadas principalmente para a integração dos processos produtivos com outras indústrias e cadeias de suprimentos, dentre as quais se destaca a construção civil.

Este tipo de atitude gerencial permite a adoção de novos e melhores patamares de governança organizacional, conduzindo à implantação de projetos sustentáveis de diversas naturezas, com impactos potencialmente positivos na pegada hídrica, de gases de efeito estufa, nos indicadores demográficos da biota local e urbanísticos das regiões influenciadas pela planta de mineração.

A viabilidade social da mineração, por seu turno, está diretamente associada ao tratamento e reutilização das águas de minas, que se evidencia como um conjunto de práticas indispensáveis para a continuidade das atividades nesse setor, tendo em vista a concorrência crescente das comunidades locais e da biota por este recurso, essencial para a vida.

Além disto, são impactos sociais pertinentes a se considerar, na adoção de projetos sustentáveis, o potencial de geração de emprego e renda, que deve ser potencializado, a fim de que a organização contribua assertivamente para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a redução dos riscos ESG em suas atividades.

Há que se considerar ainda, no aspecto da sustentabilidade social, os impactos urbanísticos das práticas sustentáveis, as quais devem ser pautadas pela redução das concentrações de aglomerados humanos, fixação do homem no campo, respeito às tradições, hábitos, crenças e legislação das comunidades locais, a fim de atingir altos níveis de governança, engajamento e reconhecimento das ações ESG.

Por fim, mas não menos importante, dentre os muitos aspectos econômicos da sustentabilidade em mineração, considera-se o emprego de rejeitos na construção civil como uma alternativa viável de renda para as plantas, uma vez que a inserção de resíduos de mineração em modelos produtivos integrados conduz à redução de desperdícios e consistência no fornecimento e monetização de serviços ambientais.

Além destes aspectos, um potencial de renda emergente á a extração de minerais de terras raras, cuja oferta se torna a cada dia mais escassa, em comparação com o crescimento da demanda, oriunda da conversão para uma economia verde.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Sustentabilidade no reaproveitamento de rejeitos de mineração: uma revisão sistemática sobre as diferentes técnicas, defendida por Frederico Campos Regazoni Torquato, no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sustentabilidade (PPGS) do Centro de Economia e Administração (CEA) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS), sob orientação do professor Marcos Ricardo Rosa Georges.