Publicado em 03 de novembro de 2023 por Mecânica de Comunicação
A 15ª edição do ConstruBusiness – Congresso Brasileiro da Construção, reuniu lideranças setoriais, autoridades e especialistas para tratar de assuntos fundamentais para o setor, como Reforma Tributária, déficit habitacional e investimentos público e privado na infraestrutura. A Sobratema esteve presente no evento e participa do Departamento da Indústria da Construção e Mineração (Deconcic) e do Conselho Superior da Indústria de Construção (Consic).
Para o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, o setor é um dos mais relevantes da economia nacional, por sua capacidade de gerar empregos e dos profissionais que atuam no setor. Ele lembrou do déficit habitacional no Brasil está entre 5 e 7 milhões de unidades e dos desafios na infraestrutura, que nas últimas três décadas investiu-se menos do que precisaria. “O capital ligado à infraestrutura no Brasil já atingiu mais de 50% do Produto Interno Bruto, hoje caiu para 35%”, afirmou. “É fundamental para que tenhamos uma infraestrutura competitiva, hoje investimos cerca de R$130 bilhões”, acrescentou.
Josué acredita que a indústria da construção civil tem competência para reduzir este déficit, mas isso implica, segundo ele, redução de impostos, desburocratização e a necessária consonância entre os investimentos público e privado na infraestrutura.
Na indústria de transformação, os investimentos também estão abaixo do necessário. “Temos investido cerca de R$ 260 bilhões ao ano e deveríamos investir cerca de R$ 450 bilhões ao ano para voltarmos a ter a produtividade que já tivemos em relação à indústria de transformação norte-americana”, disse Josué.
Os dados são de um trabalho elaborado pela Fiesp, que calculou a necessidade de investimentos no setor, o qual atingiu o menor valor em 20 anos e cuja tendência é continuar encolhendo se nada for feito. Na década de 2000, a indústria de transformação recebia 20,9% do total investido no país, enquanto em 2021 a participação chegou a 12,9%.
A cadeia produtiva da construção representa, aproximadamente, 70% da formação bruta de capital no Brasil. “Para elevar a taxa de investimento, precisamos de uma economia saudável, com taxa de crescimento sem grandes oscilações, além da redução da taxa de juros, algo fundamental”, diz o presidente do Consic da Fiesp, Eduardo Capobianco. A burocracia é um entrave importante. Pesquisa feita pela Deloitte concluiu que as disfunções burocráticas podem encarecer em R$ 59,1 bilhões os investimentos programados para serem realizados de 2023 a 2025.
O caderno técnico do ConstruBusiness apresenta análises temáticas relativas à atividade da cadeia produtiva da construção. O documento trata, dentre outros temas, do déficit habitacional e dos recursos públicos e privados para a infraestrutura, do cenário macroeconômico, da Reforma Tributária e apresenta propostas para superar os entraves no setor.
“Estamos falando de 8% de todo investimento realizado no país no ano de 2022, cerca de R$149,3 bilhões, e da geração de 10,2% dos empregos no mercado formal e informal, com um total de 10,5 milhões de trabalhadores na indústria da construção”, resumiu Newton Cavalieri, diretor titular do Deconcic da Fiesp.
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Com informações do Observatório da Construção/FIESP
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