Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 30 de novembro de 2023

Massa Cinzenta - Venda de equipamentos para construção deve cair em 2023 e crescer em 2024, diz estudo

Venda de equipamentos para construção deve cair em 2023 e crescer em 2024, diz estudo

Números foram divulgados pela Sobratema durante o 18º Tendências no Mercado da Construção

30 de novembro de 2023


Estudo aponta retração na venda de máquinas para construção em 2023.
Crédito: Envato

18ª edição do Tendências no Mercado da Construção contou com a participação de aproximadamente 2 mil profissionais do setor em sua edição online, realizada no dia 23 de novembro. Durante o evento, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) divulgou seu mais recente levantamento sobre o setor, apontando estimativas sobre 2023 e previsões para 2024.  

Após números históricos alcançados no ano passado, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção aponta uma retração de cerca de 13% na venda total de máquinas em 2023 (alcançando 52,4 mil unidades comercializadas, ante as 60,3 mil de 2022).

Desse total, estima-se uma queda de 21% em relação às máquinas de linha amarela (movimentação de terra), que incluem itens como escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e retroescavadeiras. No entanto, quatro das nove categorias dessa linha obtiveram vendas positivas, como é o caso de caminhões fora de estrada (aumento de 117%), rolos compactadores (69% a mais) e minicarregadeiras (15%).

Já em relação à categoria “demais equipamentos”, que avalia a venda de guindastes, compressores portáteis, plataformas elevatórias e equipamentos para concreto, dentre outros, o estudo prevê uma diminuição de 6% de unidades comercializadas (em torno de 7,4 mil). Mas há registros de crescimento de até 7% quando o assunto são caminhões rodoviários e tratores pesados de pneus demandados na construção.

De acordo com Mario Anibal Miranda, coordenador do Estudo de Mercado, as principais preocupações de construtoras, locadoras e dealers em 2023 têm a ver com a dificuldade de se obter crédito para investimento, além dos juros altos, da inflação e da política fiscal. “O setor tem comentado que os bancos têm exigido muitas garantias pra conceder crédito”, afirma Miranda. “As empresas médias e pequenas têm encontrado muitas dificuldades, e isso se traduz em suas aquisições, elas caem, e, consequentemente, a gente acredita que as fábricas reduzem suas produções.”

Estudo inédito foi apresentado durante evento online da Sobratema.
Crédito: Reprodução/Sobratema

Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, ressalta que a área de locação de equipamentos está em destaque, com grande potencial de ampliação no mercado, já que o locator ganha no investimento e no tempo, enquanto o construtor ganha na produção. “Vemos uma inteligência estratégica por parte dos usuários de máquinas, sobretudo as construtoras, que estão intercalando o uso de sua frota com a locação”, avalia Daniel. “Por isso, o percentual de frota parada caiu para 19%, quando era de 57% em 2017.” 

Projeção do setor de equipamentos para 2024

O levantamento divulgado durante o 18º Tendências no Mercado da Construção mostra que 76% dos empresários que participaram do estudo estão otimistas para 2024, em relação ao mercado de máquinas. Para o setor da construção de modo geral, a expectativa é positiva para 54% dos entrevistados. Indo nessa direção, o estudo estima um crescimento nas vendas na ordem de 7% para o segmento de máquinas da linha amarela e de 6% para todo o setor de equipamentos.

Para o economista Luís Artur Nogueira, que participou do evento online realizado pela Sobratema, 2024 será um ano de transição para um novo ciclo de crescimento, previsto para 2025. Ele avalia que a demanda por máquinas deve ficar aquecida já no próximo ano, devido às obras de infraestrutura decorrentes de concessões e do PAC, da retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e também da perspectiva de crescimento na área imobiliária, a partir da queda da taxa de juros. Nogueira prevê que a taxa Selic deve continuar caindo, podendo chegar a um número abaixo dos 10% em 2024 – dependendo do cumprimento ou não do novo arcabouço fiscal e dos desdobramentos da guerra entre Israel e Hamas.