Publicado em 01 de fevereiro de 2012
Segundo ele, neste ano os empresários anteciparam as compras de caminhões – o crescimento em relação a 2010 foi de 26% – em razão da mudança na legislação ambiental prevista para o próximo ano e que deve exigir alterações nos motores, com perspectiva de aumento no preço dos veículos a partir de 2012. Além do forte crescimento nas vendas de caminhões – que representam mais de 50% do volume de vendas de equipamentos para os setores de construção e mineração -, o levantamento da Sobratema também registrou um aumento expressivo, de 113%, nas vendas de mini-escavadeiras. “São equipamentos compactos, para até 12 toneladas, muito utilizado na construção civil, que viveu nos últimos anos um período de forte expansão”, explica Nicholson.
O levantamento também apontou que atualmente o índice de participação dos equipamentos importados na chamada linha amarela, basicamente composta por escavadeiras e motoniveladoras, chega a 29% do total comercializado no Brasil. De acordo com Nicholson, esse percentual deve ser o ponto mais elevado de participação no setor, uma vez que grande parte dos equipamentos hoje importados passará a ser produzida no País nos próximos anos. “Vale lembrar que os fabricantes instalados no Brasil produzem também para o mercado latino-americano”, complementa o economista Rubens Sawaya, que também auxiliou nas pesquisas. Com isso, segundo ele, o interesse por instalar fábricas no Brasil é muito grande.
Paralelamente ao levantamento, os pesquisadores da Sobratema fizeram uma sondagem com 24 empresas do setor para aferir as expectativas dos empresários em relação a 2012. E a constatação foi a de que eles estão mais otimistas, embora destaquem alguns gargalos para o setor: atraso na liberação das obras devido a questões ligadas a licenciamento e licitações, além da contínua falta de mão-de-obra especializada. “O que o setor pleiteia não é relaxamento das normas e regras ambientais. O que se cobra do Ministério Público é eficiência, bom senso, pragmatismo e agilidade na avaliação dos projetos”, destacou Nicholson.
O consultor econômico da entidade ainda ressaltou que todos esses problemas de ordem legal e ambiental apontado na sondagem são de ordem conjunturais e “perfeitamente evitáveis”. No entendimento de Mário Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema, esse problemas relacionados não se devem a falta de recursos, mas sim a falta de eficácia na gestão dos projetos por parte do governo. “Nesse ponto é que deve entrar a iniciativa privada, com as PPPs (parceria público-privadas), as concessões e as privatizações. É aí que está a solução desses gargalos”, conclui ele.
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