Publicado em 30 de maio de 2012
Feira quer vender R$ 1,2 bilhão em máquinas para construção
Desaquecimento econômico não reduz otimismo de fabricantes de equipamentos, que apostam em obras de infraestrutura
Concorrência estrangeira, sobretudo a asiática, preocupa mas não amedronta a indústria nacional
São Paulo - O desaquecimento econômico brasileiro, o contingenciamento das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), as licenças ambientais e as greves de operários. Tudo isso preocupa, mas não desanima os organizadores da M&T Expo - 8 Feira Internacional de Equipamentos para Construção e 6 Feira Internacional de Equipamentos para Mineração.
A expectativa da organização do evento é movimentar R$ 1,2 bilhão, ou 20% a mais que na última edição, realizada em 2009. O valor representa 10% do total faturado anualmente pelo setor no País.
O principal motivo do otimismo demonstrado pelo presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), Afonso Mamede, é que nada menos que 12 mil obras estão em andamento ou terão de ser feitas no Brasil até 2016, quando serão realizadas as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Elas vão demandar caminhões, guindastes, retroescavadeiras, empilhadeiras, entre outras máquinas.
''Há vários fatores que estão nos preocupando como a burocracia e a demora na liberação de licenças ambientais. Além disso, as greves que paralisaram 4% das obras brasileiras em 2001, já pararam 8,5% neste ano'', disse. Apesar disso, traz alívio aos empresários a ideia de que o País é e será por muitos anos um grande canteiro de obras. ''Precisamos de aeroportos, metrô e hotéis visando à Copa do Mundo (em 2014) e às Olimpíadas. Além disso, o Brasil também precisa de hidrelétricas, ferrovias, portos'', afirmou.
Questionado sobre as novas previsões do mercado, segundo as quais o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ficar abaixo de 3% em 2012, Mamede disse não acreditar nesta possibilidade. ''O Brasil não pode se dar ao luxo de não crescer minimamente 3%. E o setor de construção tem de ser o carro-chefe do processo de crescimento'', declarou.
Provocado pela imprensa, o representante da entidade negou a possibilidade de faltar equipamentos para serem usados nas milhares de obras. ''Estamos bem preparados e bem estocados.''
Concorrência
Dos 493 expositores da M&T Expo, 226 (46%) são estrangeiros de 26 países e 151 (30% do total) são chineses. Embora afirme que ''nos últimos cinco anos'' os brasileiros desenvolveram uma ''relação madura'' com o gigante asiático, a Sobratema demonstra estar preocupada com a entrada no País de ''máquinas sem qualidade''. ''A Sobratema reivindica ao governo que os fabricantes estrangeiros de máquinas tenham de passar por processos de certificação para vender seus produtos aqui, como acontece com os caminhões e automóveis'', disse Mamede. Ele buscou desvincular sua crítica aos produtos ''sem qualidade'' dos asiáticos afirmando que os ''chineses que vêm para o Brasil são bem estruturados''. ''Começam vendendo os produtos, mas depois implantam suas fábricas no País'', declarou.
De acordo com o presidente da entidade, ''uma vez respeitados'' os padrões de qualidade, a Sobratema ''não tem nada contra'' a entrada no mercado brasileiro de produtos de qualquer nacionalidade.
O evento, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), teve início ontem no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, e prossegue até sábado.
* O repórter viajou a São Paulo a convite da M&T Expo
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