Publicado em 18 de junho de 2012
O POVO - 30% do mercado de máquinas são destinados à locação
O mercado de locação de máquinas cresce em todo o País, e especialmente nas regiões Norte e Nordeste. No Ceará, obras previstas movimentam o triplo do PIB do Estado em recursos, o que atrai grandes empresas
30% do mercado de máquinas são destinados à locação
O mercado de locação de máquinas cresce em todo o País, e especialmente nas regiões Norte e Nordeste. No Ceará, obras previstas movimentam o triplo do PIB do Estado em recursos, o que atrai grandes empresas
Por Altamira Dutra
A demanda por por máquinas e equipamentos para construção e obras de infraestrutura fez o mercado de locação crescer fortemente em todo o Brasil. Pela estimativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), do total de máquinas vendidas no Brasil, 30% se destinam ao mercado de locação. Há dez anos, esse mercado representava 15% da produção.
Não existem dados sobre o Ceará, mas a estimativa é de que um montante significativo dos cerca de R$ 3 bilhões/ano que o setor movimenta passem pelo Estado.
Pesquisa sobre demanda e frota no mercado brasileiro, no período de 2011 a 2016, realizada pela Sobratema em parceria com a Cri-Active, mostra que o Ceará é o quarto no ranking nacional em investimento, R$ 83,7 bilhões nesse período. São 657 obras, o que dá uma média de R$ 127 milhões por obra. No Brasil todo são 9.702 obras e uma aplicação total de R$ 1,35 trilhões.
“O volume que será investido no Ceará representa o valor de mais de dois PIBs do Estado”, comenta o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel. Ele destaca ainda que o cenário do mercado de locação mudou do eixo Sul para o Norte/Nordeste, onde o desenvolvimento melhorou e os negócios crescem.
Daniel aponta, além do volume de obras, a oportunidade de negócios, a estabilidade da moeda, a democratização do crédito, a queda dos juros e a cultura da mecanização como fatores que impulsionaram o mercado de locação.
A pesquisa da Sobratema aponta o aumento da frota nas locadoras e também o surgimento de novas empresas no segmento, atraídas pelas muitas oportunidades de negócios. A direção da associação também detectou uma pulverização de investimentos na área de locação no Brasil.
Nos próximos cinco anos, Fortaleza estará cheia de canteiros de obras. Entre os principais projetos estão a reforma do estádio Castelão, a ampliação do aeroporto Pinto Martins, o novo Centro de Convenções, o terceiro eixo do Metrofor, a melhoria do sistema viário e do transporte público e a duplicação da rede hoteleira no Estado.
Ceará
No crescente e milionário mercado da venda e aluguel de máquinas e equipamentos, o Ceará conta com dezenas de empresas bem sucedidas. Algumas como a Makro Engenharia, a maior empresa de locação do Estado, Cordeiro Guidaste e DB, são clientes da Manitowoc, filial da companhia americana que fabrica guindastes. O gerente de vendas da empresa, Rodrigo Marinho, disse ao O POVO que vender para locadoras é mais tranquilo. E, em termos de mercado, considera, é mais viável para a construtora alugar ao invés de comprar.
“Para uma construtora, uma máquina é só uma ferramenta de trabalho”, completa, ressaltando que não é uma questão de ter ou não dinheiro para comprar, mas de assumir os riscos e custos da operação e da manutenção.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Com o incremento dos investimentos em grandes obras estruturantes, o setor de máquinas e equipamentos é um dos mais beneficiados, especialmente até 2014, com a proximidade da Copa do Mundo.
Números
127 milhões de reais é quanto movimenta uma obra em média no Ceará
4 milhões de reais é quanto a Marcosa SA movimenta por ano no Ceará
Marcosa e Baldesser comemoram resultados de aluguel de equipamentos no Ceará
A Marcosa S/A Máquinas e Equipamentos é uma das maiores revendedoras para a construção pesada do Estado e também atua no mercado de locação. De acordo com o gerente Corporativo Rental, divisão de locação da Marcosa, Efrem Martin Gondim, a parte de vendas este ano caiu, em relação aos primeiros meses do ano passado, no Ceará. “A indústria teve uma queda de 30%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mas o negócio de locação se manteve estável, na mesma proporção em relação ao ano passado”, completa.
A empresa não divulga os números de venda e locação. Sobre os tipos de máquinas e equipamentos, ele informa que são todas as máquinas da marca Caterpillar (escavadeiras, retros, rolos), geradores, plataformas, empilhadeiras e equipamentos de compactação. Sobre os preços, Gondim diz que, para equipamentos de pequeno porte, geralmente a empresa cobra um aluguel de 10% do valor de aquisição e de 5% nos de grande porte. A Marcosa movimenta R$ 4 milhões por ano no Ceará.
A Baldessar Máquinas, que se instalou em Fortaleza em março deste ano, é outra que trabalha com aluguel e vendas de máquinas. Segundo o sócio administrador da Baldessar Implementos Rodoviários Ltda, Alessandro Baldessar, o mercado do Ceará continua muito aquecido. Ele acrescenta que, no caso de retroescavadeiras, que é o “carro chefe” de todas as concessionárias de venda para a construção civil, o segmento movimenta em torno de R$ 60 milhões por ano. “Desde março, estamos crescendo 20% a cada mês, embora a Randon Veículos (Divisão de Máquinas e Fora de Estradas) fosse pouco conhecida no Ceará, os clientes estão com grande aceitação de nossa máquina”, comenta.
Os preços de venda são até R$ 230 mil (retroescavadeiras) e até R$ 300 mil (guindastes). Para aluguel, os preços variam de R$ 100 a R$ 300 a hora, dependendo da máquina e do tempo do contrato. (AD)
Makro diversifica investimentos para crescer
A Makro Engenharia foi criada há 35 anos para suprir uma demanda do mercado local. Mas hoje a empresa atua em todo o Brasil e também fornece suporte para fora do País. Segundo o gerente Comercial Nacional, Carlos Rigailo, em 2013 a empresa deve passar a atuar na América Latina.
Para o executivo, o mercado de locação de equipamentos está aquecido e aberto para empresas como a Makro. No mercado nacional, a empresa ocupa a terceira posição, e no Norte e Nordeste, a primeira.
Sobre a atuação, Rigailo conta que a companhia atua em segmentos diversos. Dentre eles cita: mineração, energia (eólica, termelétrica, hidroelétrica, solar, nuclear), óleo e gás, cimenteiras, siderurgia, metalurgia, alimentos, industrias em geral, infraestrutura, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Obras da Copa de 2014, e transportes especiais para todos os segmentos.
Para 2012 as expectativas são boas, mas só a partir do segundo semestre. “Será um ano de muito trabalho, no qual a maioria dos novos projetos estarão em fase civil, ainda não propiciando a contratação de equipamentos em grande escala. A necessidade por equipamentos deve acontecer só no segundo trimestre de 2013”, conclui, ressaltando que a construção cívil é um dos setores que demandam a locação de equipamentos, porém há outros com potencial, como óleo & gás, energia eólica, mineração, cimenteiras, siderúrgicas e plantas industriais a serem instaladas ou com ampliações e reformas. (AD)
Serviço
Saiba mais sobre o mercado de equipamentos
Onde: http://sobratema.org.br/