Publicado em 26 de setembro de 2012
Valor Online - Locadoras responderão por 35% das vendas de máquinas para construção
Locadoras responderão por 35% das vendas de máquinas para construção
Por Ana Fernandes | Valor
SÃO PAULO - As vendas de máquinas para construção devem ser absorvidas em 35% pelas empresas locadoras neste ano. A estimativa foi apresentada hoje por Eurimilson Daniel, presidente da Escad Rental e vice-presidente do Sobratema, associação que reúne fabricantes de máquinas do setor de construção civil.
Segundo dados coletados pela entidade, a participação das locadoras vem crescendo nos últimos anos. Elas respondiam por 15% das vendas em 2007 e essa fatia chegou a 30% no ano passado. Em termos de faturamento, o mercado da construção civil como um todo cresceu cerca de 30% no período (uma média de 6% ao ano), enquanto o mercado de locação avançou 104% entre 2007 e 2011 (uma média de 26% ao ano), aponta a Sobratema.
Daniel explica que, em países desenvolvidos, setor de locação compra, em média, 60% das máquinas disponíveis. “Isso mostra o tanto de espaço que ainda temos para crescer”, diz.
Os dados da Sobratema apontam que houve também uma disseminação das locações pelo país, mercado que antes era muito concentrado na região Sudeste e, em especial, no estado de São Paulo. Daniel ressalta que a Petrobras foi uma das empresas responsáveis por esse movimento, por alugar bastante. A estatal levou máquinas alugadas para a costa do país: no Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, relata.
O peso de São Paulo acabou sendo diluído nos últimos anos. “São Paulo era cerca de 85% dos meus aluguéis e, hoje, representa na faixa de 10% do nosso faturamento”, diz Daniel.
O ano de 2012, no entanto, foi de estabilização ou perdas para o setor de máquinas de construção e as locadoras não escaparam. A Sobratema estima uma perda média de 10% a 15% no faturamento das empresas que alugam máquinas, este ano. “Foi um ano de recuperação, como a gente fala quando está na escola, mas um momento de forte aprendizagem para atendermos em melhor condições no ano que vem”.
O principal desafio do setor, na visão de Daniel, é melhorar a rede de representantes.
“Nossos vendedores [do mercado de locação] não concorrem com outros vendedores do setor, mas com vendedores de máquinas”. Uma das principais estratégias, no futuro, deve ser treinar e manter a equipe, argumenta.
O setor da construção, avalia Daniel, acabou prejudicado, neste ano, também pela demora do governo em divulgar medidas de estímulo ao investimento. Agora, com o anúncio do governo de fazer um pacote de concessões para obras de infraestrutura e a melhor conjuntura, a Sobratema acredita que o ano de 2013 será melhor, principalmente o segundo semestre. Daniel acredita que será um ano de alta da ordem de 10% de faturamento para vendedores e locadores de máquinas.