Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 22 de novembro de 2012 por Mecânica de Comunicação

Estudo de Mercado apresenta projeções até 2017

Recuo na comercialização de caminhões rodoviários e ritmo menor nas obras foram os principais responsáveis pelo resultado.

As vendas de equipamentos utilizados no setor da construção devem ter uma redução de 19% neste ano em comparação com 2011. A constatação é do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, elaborado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção e divulgado nesta terça-feira, dia 13 de novembro, durante o lançamento do Guia Sobratema de Equipamentos 2012-2014, que contou com a participação de empresários, executivos e profissionais da cadeia da construção e mineração.
 
“Esse resultado se deve, basicamente, ao declínio nas vendas de caminhões em função da antecipação de compras das empresas, feita no ano passado, por causa das mudanças promovidas nos veículos modelo 2012 com a entrada em vigor das novas normas de emissões do Proconve-7, que deixaram os veículos mais caros”, afirma Mario Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema.  Os caminhões rodoviários para o setor de construção respondem, dependendo do ano, por 40% a 50% do resultado final da comercialização de equipamentos nesse segmento. 

Na linha amarela, a queda nas vendas é menor e está estimada em 3% em 2012 ante ao ano passado. Em 2011, esse segmento havia alcançado um recorde histórico, com mais de 30,5 mil equipamentos comercializados. Para este ano, a expectativa é que a quantidade de máquinas vendidas chegue a aproximadamente 29,7 mil. 
 
“Esse recuo decorre do ritmo menor das obras de infraestrutura durante o ano. Os projetos em rodovias, ferrovias, nos portos e, também, na área de saneamento básico não aconteceram na intensidade que vinham ocorrendo”, explica Marques. A comercialização de motoniveladoras e rolos compactadores, por exemplo, deve cair 27% e 30% respectivamente neste ano em relação ao ano passado. Essas duas categorias de equipamentos são muito empregadas em obras rodoviárias.
 
 
O desempenho do setor no Brasil é superior ao que será obtido no exterior, cujas vendas de equipamentos de movimentação de terra devem apresentar um recuo médio de 9%. Isso mostra que, apesar do menor volume de equipamentos comercializados, o País continua sendo um mercado promissor. 
 
Em relação às importações, que apresentavam aceleração em 2011, houve uma diminuição nesse ritmo ao longo de 2012, registrando um recuo de 14% na comparação do período janeiro a agosto deste ano com igual período de 2011. 
 
O estudo da Sobratema mostra que as vendas de equipamentos para construção fabricados no Brasil se elevam de forma mais acelerada que os importados a partir de agosto. Os motivos: a entrada em vigor de uma política de crédito especial para máquinas do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), administrado pelo BNDES, e a desvalorização cambial feita no fim do primeiro semestre. Esses dados projetam uma tendência de melhora nos últimos meses de 2012, sinalizando boas perspectivas para 2013, podendo chegar, inclusive, a um número recorde de vendas e crescimento de 13%.
  
Para a maioria dos fabricantes, importadores e usuários de equipamentos ouvidos para a elaboração do Estudo de Mercado, as expectativas em relação ao próximo ano apontam para um crescimento entre 5% e 20% nas vendas da linha amarela. Considerando todas as categorias de equipamentos, as projeções indicam uma evolução da ordem de 12% em relação aos resultados deste ano. 

A expectativa positiva de parte das lideranças do setor se deve, sobretudo, ao anúncio feito pelo Governo Federal, em meados deste ano, de várias medidas para estimular a economia, entre as quais um programa de concessões para a iniciativa privada em rodovias, ferrovias e outros projetos de infraestrutura, algumas na forma de parcerias público-privadas. O estudo ressalva que a confirmação das boas perspectivas dependerá de fatores que envolvem os demais indicadores, como andamento da economia em geral, política cambial, juros e efetivo andamento dos projetos de infraestrutura. 
 
Projeções até 2017
 
O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção também apresenta projeções para a venda de máquinas até 2017, cujo crescimento médio anual será de 10,42%. Até 2014, a taxa de evolução será maior em decorrência da retomada das obras do PAC e das possíveis concessões previstas. A partir de 2014, ano eleitoral, a estimativa de crescimento médio caiu para 8% até 2017. 
 
Abrangendo os principais equipamentos da chamada linha amarela (terraplenagem e compactação), além de gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos, tratores agrícolas e caminhões utilizados por construtoras, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção é editado desde 2007. 
 
A compilação e análise dos dados conta com as consultorias econômicas do jornalista britânico Brian Nicholson e do professor Rubens Sawaya, da PUC-SP. O estudo de mercado permite o dimensionamento da importância econômica do setor e também das políticas que facilitam a aquisição de equipamentos modernos e eficientes, além de ser um instrumento útil de planejamento para as empresas do setor.