Publicado em 07 de dezembro de 2012
Valor Econômico - Máquinas devem voltar a crescer no ano que vem
Máquinas devem voltar a crescer no ano que vem
Por De São Paulo
Nem mesmo a licitação de R$ 2 bilhões aberta pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário no último dia 28 para a aquisição de até 1,9 mil motoniveladoras e 3,1 mil retroescavadeiras empurrou para cima o segmento de máquinas e equipamentos para a infraestrutura em 2012, já que as vendas serão realizadas apenas no ano que vem.
Segundo a Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), com a redução do ritmo de projetos em áreas como rodovias, ferrovias, portos e saneamento básico, as vendas de equipamentos utilizados no setor da construção devem ser 19% menores que em 2011. Mas a expectativa é que iniciativas como entrada em vigor do crédito especial para máquinas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), a desvalorização cambial e o estabelecimento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) animem o mercado a partir de 2013, quando é esperado crescimento de 13%.
Segundo o vice-presidente da entidade, Mario Humberto Marques, os resultados foram comprometidos principalmente pela queda nas vendas de caminhões, graças à antecipação das compras no ano passado para evitar os preços mais altos da linha 2012, aderentes às novas normas de emissões. Os caminhões chegam a representar entre 40% e 50% do resultado final da venda de equipamentos no segmento. Na linha amarela, depois do recorde de 2011, com mais de 30,5 mil equipamentos vendidos, a estimativa de queda é menor, 3%, com vendas em torno de 29,7 mil máquinas. Mas os segmentos de motoniveladores e rolos compactadores encolheram, respectivamente, 27% e 30%.
"Muitos investimentos aguardados não ocorreram", observa Andrea Park, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Abimaq e gerente comercial e de relações governamentais da Komatsu, fabricante japonesa de escavaderias hidráulicas, carregadeiras de rodas e motoniveladoras com planta local desde 1975. Mesmo assim, o desempenho brasileiro se mantém acima da média mundial, que deve registrar recuo médio de 9% - o que, somado à licitação em curso, atrai para o Brasil os olhos de todos os fornecedores do planeta, com investimentos em produção ou não.
O quadro reforçou a onda de esforços para ampliação e instalação de plantas no país, com as importações encolhendo 14% de janeiro a agosto, segundo a Sobratema. Em novembro, a fabricante suíça de usinas de asfalto e rolos compactadores Ammann anunciou investimentos de R$ 15 milhões para instalação de uma fábrica em Gravataí (RS). Os equipamentos serão entregues a partir de fevereiro. Gilvan Pereira, presidente da empresa para a América Latina, diz que investimentos previstos para o próximo ano, como o Rodoanel, recém-licitado em São Paulo, e a perspectiva de concessão de 7,5 mil quilômetros de rodovias animam o setor.