Publicado em 04 de dezembro de 2012
Negócios da Comunicação - Construção Civil - Um setor, várias versões
Construção civil
Um setor, várias versões
Representantes das empresas do segmento não são capazes de formar uma opinião única sobre a saúde do negócio
Afinal, o que está acontecendo no setor da construção civil? Um boom, que se alonga já há dois anos, ou uma retração crescente em virtude da diminuição das compras de imóveis pelas famílias e da falta de investimentos, principalmente do governo, em obras da construção pesada? Para quem acompanha o desempenho do setor pela imprensa, as informações dadas pelos porta-vozes do mercado ora parecem apontar em uma direção, ora dizem o contrário.
Por exemplo, o Sinduscon - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo - detectava, em setembro, uma má notícia: o saldo entre demissões contratações na construção civil no estado de São Paulo, havia experimentado sua maior queda mensal em 2012: 1.200 postos de trabalho foram extintos. Em contrapartida, o valor do aluguel de espaços em condomínios industriais de luxo aumentou, atingindo o seu valor mais alto nos últimos dois anos.
Outras informações, embora tratem do mesmo setor, parecem estar falando de mundos e tempos completamente diversos. Uma delas garantia que a oferta de imóveis corporativos, também na cidade de São Paulo, nunca esteve tão acima da procura como nos últimos cinco anos. Outra, reproduzindo um estudo da empresa de consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, informava que o segmento imobiliário de varejo havia retomado o crescimentos nos últimos dois anos, sobretudo entre os países emergentes, Brasil entre eles. E, finalmente, o Secovi- SP, o sindicato das empresas imobiliárias, afirmava que agosto havia sido o mês da recuperação de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo. "É uma reação em um mercado que teve, neste ano, uma oferta 38% menor na cidade, mas um recuo nas vendas bem menor, de 6,6%", afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
O que essas notícias estão mostrando é que o mercado da construção civil atravessa uma fase de instabilidade e indefinição embora, feitas as contas, pareça que para alguns setores o momento é de grandes possibilidades. É isso que acontece para as organizações que trabalham com a construção pesada, que têm nos investimentos governamentais feitos em infraestrutura e, sobretudo nos preparativos para a Copa de 2014 uma boa oportunidade.
Paulo Espírito Santo, editor da revista especializada Grandes Construções, aponta, porém, para as oportunidades no setor. "Segundo previsão da Fundação Getúlio Vargas [FGV], o setor da construção deve voltar a acelerar em 2012, crescendo entre 5% e 5,2% em relação a 2011. Uma pesquisa que a Sobratema acaba de realizar aponta para a existência de 11.533 grandes obras, nos próximos cinco anos, em diversos estágios de avanço físico, distribuídos entre os setores de energia, combustíveis, saneamento, transporte, indústria, infraestrutura da habitação e infraestrutura esportiva. Neste cenário, a perspectiva de investimentos é de aproximadamente R$ 1,68 trilhão", detalha o editor.
Por meio de assessoria, a Tecnisa destaca que a economia nacional está aquecida, com baixo níveis de desemprego. Com a abertura do capital em 2007 houve um "reforço gradual de uma estratégia de expansão nacional", que levou a empresa a atuar em mais 27 cidades, somando 35 mil unidades lançadas. Quanto à comunicação da empresa neste processo, "mantivemos o foco e a excelência no relacionamento com jornalistas e hubs", informa a empresa.
"A Odebrecht Infraestrutura trabalha justamente no segmento que é apontado hoje como uma das prioridades para o desenvolvimento sustentável do Brasil, as obras e projetos estruturados em portos, rodovias, ferrovias, aeroportos, saneamento, irrigação, metrôs e urbanização", afirma Antônio Carlos Faria, diretor de Comunicação Odebrecht. "São temas diários dos principais veículos de comunicação, que estão alinhados com as questões mais relevantes para o país."
Paulo Espírito Santo também destaca a grandeza do setor e sua responsabilidade no crescimento do país. "Coube à construção importante participação nesse processo, não só como grande geradora de emprego e renda, como também garantindo a manutenção dos investimentos em infraestrutura, habitação, saneamento, na reforma ou construção de novas arenas desportivas e infraestrutura necessária para a Copa de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016", afirma o jornalista. "Hoje, esta indústria congrega mais de 205 mil empresas em todo o país."