Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 17 de maio de 2013

Valor Econômico - Máquinas mais compactas são tendência no mercado

Máquinas mais compactas são tendência no mercado

Por Genilson Cezar | Para o Valor, de São Paulo

A adoção de equipamentos cada vez mais compactos para a indústria de construção é uma tendência que se acentua entre os fabricantes e locadores de máquinas brasileiros. A Volvo, por exemplo, que produz equipamentos de construção, aposta nesse caminho para aumentar sua participação no faturamento de máquinas compactas, atualmente em torno de 15%. No mercado total, a participação das máquinas compactas está hoje entre 45 a 50%.

A multinacional sueca decidiu transferir para sua fábrica de Pederneiras (SP), a partir de janeiro de 2014, a produção de retroescavadeiras, que vinha sendo feita na sua unidade de Tultitlán, na região metropolitana da Cidade do México. "Vamos produzir as retroescavadeiras para abastecer o Brasil, toda a América Latina, EUA e Canadá e alguns outros mercados", diz Afrânio Chueire, presidente da Volvo Construction Equipment Latin America Sales Region.

Inicialmente estão sendo investidos US$ 10 milhões na transferência da linha. Com a mudança, apenas o Brasil e a Polônia terão fábricas dessas máquinas da marca. Em Pederneiras serão produzidos os modelos de retroescavadeiras BL60B e BL70B, as mais consumidas nos mercados atendidos pela Volvo nas Américas Latina e do Norte. Mas a empresa vai introduzir ainda, no segundo trimestre, outra novidade: a importação de mini escavadeiras sobre rodas (hoje o que existe é sobre esteiras), produzidas na Coreia do Sul.

A diversificação dos modelos de máquinas para atender a construção é uma tendência que se espalha em várias obras. Máquinas de tamanho menor para servir projetos mais específicos. Um estudo da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema) mostra, por exemplo, o crescimento de manipuladores de transportes, um hacker que tem uma caçamba, conhecido como pescoção, utilizado principalmente para descarrega de pallets de materiais para as construções, e que consegue elevar esses materiais até 17 metros de altura, substituindo a mão de obra.

"Estamos vendo é a consolidação dos equipamentos de pequeno porte. Escavadeiras pequenas, de 1,5 mil quilos, que precisam entrar em ambientes apertados, em indústrias, lugares confinados, e que não estragam vegetação. São máquinas de até oito toneladas", explica Eurimilson João Daniel, diretor da Escada, uma das principais locadoras de equipamentos de terraplanagem.

Segundo ele, esses equipamentos tiveram um crescimento significativo no Brasil. Motivos não faltam: as novas máquinas não fazem muito barulho e têm um custo benefício excelente, além de consumir pouco combustível.

Muitas delas, inclusive, já estão sendo utilizadas em obras da Sabesp e na reforma do Maracanã, para os preparativos para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de 2014. Na avaliação de A Geradora, empresa criada em Salvador, em 1979, com mais de 900 funcionários e 19 unidades de negócios, a tendência do mercado é utilizar máquinas que ocupem pouco espaço físico, como mini escavadeiras, mini carregadeiras, equipamentos capazes de entrar nos centros urbanos, sem tumultuar o trânsito. "Essa tendência é muito forte no Brasil", confia José Cândido Terceiro Filho, diretor comercial da empresa.

"Outra tendência são os trabalhos noturnos. Muitas empresas passaram a usar torres de iluminação. Hoje temos um plantel de dois mil torres de iluminação no país", conta. O Brasil está em sintonia com o que está sendo desenvolvido em termos de equipamentos para o setor de construção.