Publicado em 30 de dezembro de 2013 por Mecânica de Comunicação
Pesquisa aponta investimentos de R$ 1,19 trilhão em obras até 2018
São 8300 obras em andamento, em projeto ou em intenção, divididos em oito setores da economia
A área de infraestrutura vem recebendo uma atenção especial por parte dos governos federal, estaduais e municipais. São diversos anúncios de investimentos para os próximos anos, objetivando reduzir os gargalos existentes nos modais de transporte e logística e nos setores de saneamento básico, energia e habitação. Até 2018, estão previstos aportes financeiros da ordem de R$ 1,19 trilhão, segundo a nova pesquisa Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2018, encomendada pela Sobratema às empresas Criactive e e8 inteligência.
O levantamento aponta 8.300 obras em andamento, em projeto ou intenção, em oito setores da economia – óleo e gás, transporte, energia, saneamento, indústria, infraestrutura de habitação, infraestrutura esportiva e outros –, divididas por região e estado, além de apresentar um panorama de cada segmento e detalhar informações sobre as 30 principais obras de cada setor.
O segmento da economia que responde pela maior fatia desse investimento é o de transportes. Estão estimados R$ 369,6 bilhões para o período 2013-2018, o que corresponde a 30,94% do total previsto. O trem de alta velocidade (TAV) ainda é a obra de maior visibilidade e valor, na ordem de R$ 34,6 bilhões. Os modais que concentram os maiores montantes são as ferrovias, com 34,5%, os portos e hidrovias, com 25,3% e as rodovias, com 14,3%. Os recursos destinados a essas três modalidades são estratégicas para reduzir os gargalos existentes na área logística, o que resulta em custos adicionais para toda a cadeia produtiva de diversos setores, em especial, do agronegócio. Em 2012, o investimento aplicado na área de transportes representou apenas 0,92% do PIB – Produto Interno Bruto.
Com números próximos aos de transporte, está o setor de óleo e gás, com aportes financeiros estimados em R$ 346,6 bilhões, o que representa 29,02%, do total. O novo Plano de Negócios da Petrobras (PNG 2013-2017) definiu 947 projetos com previsão de investimentos totais de US$ 236,7 bilhões. Na Exploração e Produção (E&P), que representa 62,3% do montante geral, os valores mais expressivos estão no desenvolvimento da produção, ligados principalmente às reservas descobertas nas áreas do pré-sal.
Segundo a pesquisa Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2018, o setor energético tem investimentos previstos de R$ 196,1 bilhões, com destaque para obras de geração de energia, que representam 87,6% desse montante. A evolução da relação entre as fontes renováveis (46%) e não renováveis (54%) continua relativamente estável com destaque apenas para o crescimento contínuo das fontes renováveis alternativas que representavam 3,1% em 2003 e 4,6% em 2012.A oferta de energia cresceu apenas 0,3%, novamente abaixo do PIB e abaixo do crescimento populacional. O aumento do consumo em 2012 foi de 3,8%.
Um dos grandes desafios na área de infraestrutura no Brasil reside no setor de saneamento básico, cuja universalização do sistema de escoamento e tratamento de esgoto ainda está distante. Segundo dados do SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, em 2011 somente 48% da população tem seu esgoto coletado e 37,5% tem o esgoto tratado. No levantamento da Sobratema, até 2018, esse segmento deve receber investimentos de R$ 55,6 bilhões. No entanto, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) prevê que sejam aportados recursos da ordem de R$ 508,5 bilhões em obras de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto e lixo e em ações de drenagem, entre 2014 e 2030. Do total de investimentos previstos, R$ 298 bilhões virão de recursos federais e R$ 210 bilhões, de outros agentes.
No setor de Habitação, o programa Minha Casa Minha Vida tem apresentado a maior taxa realização do PAC2 – Programa de Aceleração da Economia. Até agosto de 2013, conclui empreendimentos no valor de R$ 278 bilhões, entregando 1,32 milhão de moradias e beneficiando mais de 4,6 milhões de brasileiros. Os investimentos previstos apenas para a infraestrutura de habitação até 2018 são da ordem de R$ 10,5 bilhões.
A infraestrutura esportiva também está contemplada na pesquisa Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2018. As arenas, estádios e instalações para a Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 terão investimentos totais de R$ 5,4 bilhões no período de 2013-2018. O setor composto por hotéis e resorts, shopping centers, hospitais, universidades, teatros e edifícios públicos deve receber aporte de R$ 65,4 bilhões. O setor industrial deve ter investimentos de R$ 145,3 bilhões no período.