Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 31 de março de 2014

Valor Econômico - Terceirização lucra com máquinas e mão de obra

Terceirização lucra com máquinas e mão de obra
 
Por Paulo Brito | De São Paulo
 
As atividades como aluguéis não-imobiliários (de máquinas, por exemplo), locação de mão de obra, vigilância e segurança, jardinagem, conservação de prédios, contabilidade e operações de turismo - aquelas que o IBGE classifica como "serviços administrativos e complementares" - cresceram nada menos do que 9,5% no ano passado. E em certos segmentos, como terceirização de mão de obra, os ganhos foram ainda mais altos do que isso. Aconteceu, por exemplo, com o Grupo QW, de São Paulo, especializado em recrutamento e seleção de profissionais, conta Carlos Marchetti, diretor-financeiro da empresa: segundo ele, o faturamento de 2013 superou em 12% o do ano anterior.
 
"No ano de 2013 percebemos muitas mudanças e movimentos de queda que nos obrigaram a nos esforçar na manutenção dos principais clientes e a iniciar um processo de mudanças, criando outros portfólios de serviços e desenvolvendo produtos como planos de desenvolvimento pessoal para os clientes", lembra Carlos Marchetti.
 
A área da QW que mais cresceu, segundo ele, foi a de empregados temporários: "As empresas de capital aberto têm metas para despesas de pessoal, normalmente associadas a um valor de vendas por funcionário. Para melhorar esse número, as que perderam receita acabaram optando por mão de obra temporária, ganhando ainda alguns benefícios fiscais e tributários e utilizando verbas originalmente destinadas a outros itens, mas que poderiam ser reprogramadas para despesas como essas", esclarece o diretor da QW.
 
Eurimilson Daniel, presidente da Escad Rental, empresa especializada no aluguel de máquinas da linha "amarela" (para movimentação de terra), também registrou crescimento dos negócios depois de dois anos de retração: "Em 2010, tivemos um faturamento na casa de R$ 60 milhões; em 2011, caímos para R$ 45 milhões, em 2012 estabilizamos um pouco acima de R$ 30 milhões e em 2013 finalmente tivemos um crescimento de 5%. Para 2014, estamos estimando um faturamento acima de R$ 40 milhões, número que está dentro da nossa capacidade produtiva e da nossa expectativa de contratação de serviços", afirma ele.
 
Com 500 máquinas, 220 funcionários e operando em cinco estados, Daniel passou os últimos anos alugando máquinas para obras urbanas e só recentemente começou a fechar negócios para grandes obras de infraestrutura no Pará, Pernambuco e Minas Gerais. Na percepção dele, o país ficou quase 30 anos sem grandes obras. Daniel é também vice-presidente da Sobratema, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, e acompanha animado o desenvolvimento do setor.
 
"Calculamos que o país tem cerca de 5 mil empresas que fazem a locação dos três tipos de máquinas - linha amarela (movimentação de terra), linha cinza (ferramentas pequenas, andaimes, geradores) e mais o de guindastes e plataformas", detalha. Embora não haja pesquisa entre os associados, ele garante que as três áreas têm crescido, mas ainda há muito espaço a ser ocupado no mercado: "No Brasil, atualmente apenas 30% das máquinas da linha amarela são vendidas para locação. Nos EUA, esse número chega a 70%", finaliza.