Publicado em 10 de abril de 2014 por Mecânica de Comunicação
Além disso, a gestão de riscos possibilita prever os principais desafios que uma obra poderá enfrentar em termos de segurança de trabalho, meio-ambiente e logística, o que permite a elaboração de uma estratégia mais adequada para a rápida remediação do problema, melhor controle da situação e maior segurança empresarial, além da operacional. “Outros benefícios que podem ser citados são maior segurança na tomada de decisões e planejamento e maior eficiência na alocação e no uso de recursos”, complementou Carlos Marini, gerente de Planejamento e Gestão da Galvão Engenharia.
Entre os principais riscos operacionais estão os contratuais, técnicos, gestão de pessoas, stakeholders, QSMS – qualidade, saúde, meio-ambiente e segurança e consórcios. Essa relação foi obtida após o levantamento com mais de 50 contratos de infraestrutura, incluindo rodovias, ferrovias, barragens, edificações, saneamento, urbanização em contratos públicos pela lei 8.666/93. “Os contratuais representam cerca de 40% do total de riscos citados no estudo”, ressaltou Marini. Um dos motivos pelo alto índice desse tipo de risco está relacionado ao desequilíbrio contratual, quando as variações de valores dos insumos e serviços são maiores do que o reajuste contratual, além das alterações do escopo nos projetos básicos e executivos.
Durante sua apresentação, Marini ainda detalhou os demais riscos citados pelo levantamento e apresentou um exemplo de matriz de riscos para auxiliar na gestão. Além disso, recomendou a criação de uma área ou um comitê específico para a gestão de riscos, com o envolvimento da alta direção e a adoção de metodologias e ferramentas.
Na sequência, Carlos Almeida, diretor da Universal RE Seguros, enfatizou a importância de possuir uma gestão profissional do risco, com metodologia e profissionais qualificados. “Caso contrário, a construtora pode ter prejuízos”, afirmou. “O cliente é o dono do risco. O papel do corretor é auxiliar esse cliente a transferir o risco”.
Almeida alertou que ao transferir o risco para uma seguradora, a construtora precisa saber o que isso significa. “É necessário haver um profissionalismo na transferência desse risco, porque o cliente pode não receber aquilo que ele esteja esperando”, analisou. Outro item importante, nesse sentido, é a redação perfeita do contrato.
A última palestra do Sobratema Workshop ficou a cargo de Cosmo Palasio Jr, diretor estadual do SINTESP – Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo, que destacou a necessidade de uma mudança na cultura relacionada à segurança do trabalho na construção. “Estamos lidando com uma vida humana por isso a fatalidade não tem mais espaço. Se queremos ser um país moderno, precisamos ter um entendimento moderno”, ponderou.
De acordo com Palasio Jr., as empresas precisam ter uma gestão que evidencie cuidados com a saúde e a vida humana. “Hoje, um acidente de trabalho tem uma grande repercussão em órgãos de imprensa, fora o crescimento das ações regressivas previdenciárias e as indenizações da justiça por conta das ações do Ministério Público do Trabalho e a postura mais assertivas dos Sindicatos”, explicou.
Outro ponto levantado por Palásio Jr. foi a questão ligada a legislação e normatização que estão mais rastreáveis. “Com as regulamentações existentes é mais fácil apurar as causas de um acidente de trabalho e, portanto, seus responsáveis”, finalizou.
Meio-ambiente e logística
Na primeira parte do Sobratema Workshop, foram apresentadas duas palestras, a primeira proferida por Fernando Kertzman, diretor geral da Geotec Consultoria Ambiental, que mostrou a importância de incluir a variável ambiental no projeto. Ele explicou ainda as diferenças entre as licenças prévia, de instalação e operação, exemplificou os riscos ambientais comuns e forneceu informações sobre os benefícios de realizar uma gestão de riscos de meio-ambiente para a construtora.
A segunda apresentação, ministrada por Helio Flavio Vieira, professor da FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, levantou a importância do planejamento logístico na construção civil. Ele apresentou os benefícios que a logística oferece para esse segmento e como ela pode ser um diferencial competitivo para as empresas. Ao final, os palestrantes participaram de um debate moderado por Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.
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