Publicado em 05 de junho de 2014 por Mecânica de Comunicação
Mercado de locação de máquinas terá oportunidade de crescimento nos próximos anos
Congresso acontece paralelamente à M&T Peças e Serviços, única feira voltada aos segmentos de pós-venda e gestão de equipamentos, que vai até sexta-feira, em SP
O 2º Congresso Nacional de Valorização do Rental, realizado durante a M&T Peças e Serviços Congresso, contou com a participação de empresários e profissionais, representando 13 estados brasileiros.
Ao abrir os trabalhos, Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, destacou o papel de promoção do diálogo que cabe ao evento, que visa fundamentalmente à integração da cadeia do setor. “Para obtermos benefícios coletivos, precisamos raciocinar fora da caixa, privilegiando a cadeia completa e não apenas cada classe isolada”, disse.
A primeira palestra foi ministrada por Mário Humberto Marques, diretor da Alusa Engenharia, que apresentou a ótica do cliente de locação de equipamentos no setor da construção. Ao detalhar a participação da locação no setor de construção pesada, ele destacou que a demanda tende a aumentar em momentos de flutuações, com picos de mobilização determinados pelo cronograma de permanência do equipamento na obra. “Na construção pesada e infraestrutura, a locação atende a um percentual de 30% da necessidade de frota”, frisou. “Mas em projetos com duração maior justifica-se a aquisição do bem, pois uma parte importante do lucro vem do uso do equipamento próprio.”
Em relação às tendências, Marques pontuou que até 2015 haverá uma reorganização do setor, com um esforço acentuado de redução de passivos. Já a partir de 2016, deve ocorrer um desaparecimento acelerado de oportunistas, gerando um mercado mais competitivo. “Trata-se de um nicho de oportunidades no qual será preciso realizar desinvestimentos fora do core business, oferecer preços mais competitivos em relação ao custo próprio e demonstrar diferenciais competitivos, provando ao cliente que vale a pena locar, mesmo com um custo unitário maior.”
Na sequência, Paulo Esteves, diretor da locadora de equipamentos Solaris Brasil, traçou um painel comparativo do mercado brasileiro com seus similares europeu e norte-americano. Enfatizando a visão associativa, o executivo descreveu o diferencial que a extrema profissionalização de associações do setor representa para os locadores nos países desenvolvidos. “Na Europa e nos EUA, há uma ênfase muito grande no rigor analítico, de modo a criar fundamentos palpáveis para nortear a empresa”, observou. “E, em um mercado duro e competitivo como é o da locação, entender e interpretar corretamente os números de fato faz muita diferença.”
No Brasil, isso ainda não ocorre. Segundo Esteves, o setor trabalha com 350 indicadores, mas dificilmente sabe-se qual deve ser utilizado em cada situação. Além disso, há acentuada dispersão entre as empresas, falta de parâmetros em termos de governança e fatores de desempenho que não são devidamente levados em consideração.
A terceira apresentação ficou a cargo de Fernando Augusto L. de Moraes, presidente da ALEC (Associação Brasileira de Locadores de Equipamentos), que enfatizou que o setor da locação precisa aumentar a profissionalização e considerar variáveis que impactam diretamente a atividade. “É o caso do transporte na locação de equipamentos de pequeno porte”, disse.
O dirigente destacou que as deficiências da logística urbana no Brasil têm um impacto de 12% no PIB, enquanto nos países desenvolvidos esse índice é de 8%. “Devido aos problemas de infraestrutura, o frete tem um alto custo no país”, sublinhou. “Há cinco anos, fazia-se duas ou três viagens, mas agora o motorista só retorna ao final do expediente”, acrescenta. Tal situação, segundo o executivo, forçou as empresas a duplicar as frotas, além de estimular movimentos também de alto custo como a regionalização das operações.
Inadimplência é principal problema para a área do Rental
Na segunda parte do 2º Congresso Nacional da Valorização do Rental, na M&T Peças e Serviços Congresso, três especialistas discorreram sobre temas importantes relacionados ao cotidiano das empresas que atuam no setor. Nesta perspectiva, Petrônio Lopes Lobo, diretor da Abelme – Associação Baiana das Empresas Locadoras de Máquinas e Equipamentos, avaliou os problemas enfrentados pelo setor e classificou a inadimplência como o principal, “ela causa sérios problemas, isso porque causa um grave desbalanceamento do fluxo de caixa da empresa”, afirmou.
Marco Aurélio de Cerqueira, presidente do Sindileq-MG – Presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Maquinas Ferramentas e Serviços Afins do Estado de Minas Gerais, ponderou a grande importância exercida pelo setor. “A locação trata-se de uma evolução da comercialização, além de ser vista como uma vantagem pelos clientes”, disse.
Além disso, o painel contou com a participação de Luiz Fernando Macedo, advogado da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplanagem e Ar Comprimido (Apelmat). Segundo Macedo, é importante que o locador saiba de todas as informações possíveis antes do fechamento do contrato. “Deve-se fazer uma análise minuciosa de tudo, essa fase pré-contratual é de extrema importância”, reiterou.
Por fim, Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema e mediador do 2º Congresso Nacional da Valorização do Rental, avalia que o evento conseguiu aproximar, ainda mais, as entidades do setor. “A questão da valorização de nosso segmento passou a ser uma necessidade real, por isso o alinhamento entre todos os representantes é de suma importância”, destacou. “O Congresso trouxe, também, informações relevantes que contribuirão, certamente, para o desenvolvimento do mercado e para o aumento da competitividade das empresas da cadeia de locação”.
O 2º Congresso Nacional da Valorização do Rental contou com o apoio de oito entidades: Abelme – Associação Baiana das Empresas de Locação de Máquinas e Equipamentos, Alec – Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis, Apelmat – Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplanagem e Ar Comprimido, do Sindileq-CE - Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas do estado do Ceará, do Sindileq-GO - Sindicato dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Goiás, do Sindileq-MG – Sindicato dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Minas Gerais, do Sindileq-PE – Sindicato dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas de Pernambuco, e do Sindileq-RN – Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas do Rio Grande do Norte.