Publicado em 20 de novembro de 2014 por Mecânica de Comunicação
Normas regulamentadoras é tema de debate por especialistas
Mesa-redonda foi promovida pela revista Grandes Construções e pelo Instituto Opus
No dia 6 de novembro, a Revista Grandes Construções e o Instituto Opus promoveram uma mesa redonda com a participação de especialistas para debater um tema técnico relevante para a segurança e produtividade nas obras em todo o País: Normas Regulamentadoras: as revisões e seus impactos na cadeia da construção.
O evento teve a presença de Cosmo Palasio de Moraes Jr., diretor do Sintesp – Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de S.Paulo, de Décio Branco de Mello Filho, engenheiro de segurança do trabalho da divisão de Apoio Funcional de Equipamentos (Afeq) da Odebrecht, de Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social do SindusCon-SP - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo e vice-presidente do Seconci-SP - Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo, e de Wilson de Mello Jr., diretor de Certificação e Desenvolvimento Humano da Sobratema.
Uma das principais sugestões da mesa redonda foi a redação de um documento com um texto simples e direto, com os pontos mais relevantes das normas e suas revisões, que impactam o setor, como por exemplo, a NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, a NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, a NR-35 – Trabalho em Altura, entre outras. “O objetivo é que os empresários consigam compreender melhor os impactos das mudanças nas normativas em seu negócio, em sua produtividade e na segurança de seus trabalhadores. Atualmente, por uma série de razões, esses executivos estão com problemas para decodificar o que está acontecendo na área”, enfatiza Wilson de Mello Jr., da Sobratema.
Cosmo Palasio de Moraes Jr., do Sintesp, avalia que as normas devem estar voltadas para a realidade da construção brasileira e para isso, é necessário trabalhar com prioridades, unindo informações e detalhes técnicos com a ideologia. “Seria ótimo colocar, por exemplo, uma norma europeia, com alto grau de eficiência por lá, mas o contexto no Brasil é diferente e precisa ser levado em consideração”, acrescenta. Além disso, para ele, atuação de todos os interlocutores que estão envolvidos com a norma é imprescindível. “Em algumas comissões, tenho presenciado a participação de um perfil mais jurídico do que técnico quando se trata de empresas, mas é importante que esses interlocutores estejam preparados mais tecnicamente, também, para a elaboração mais assertiva da norma”, opina.
Segundo Décio Branco de Mello Filho, da Odebrecht, a participação de especialistas com mais experiência e vivência técnica na atividade pode colaborar para a preparação e implantação de normas mais exequíveis. “Profissionais de segurança das empresas, por exemplo, podem contribuir com a apresentação de casos que acontecem no dia a dia da construção”, diz.
Nesse sentido, Haruo Ishikawa, do Sinduscon-SP e do Seconci, analisa que o Estado de São Paulo possui grandes auditores do trabalho, que conhecem as obras, realizando um trabalho importante em termos de segurança dos profissionais do setor da construção. Além disso, a maioria deles contribui na elaboração das normas regulamentadoras.
Educação
Para Ishikawa, o ponto-chave de todo o debate em torno de NRs, segurança e saúde no trabalho passa pela educação. “Vejamos os exemplos do Japão, que ainda é uma potência, e a Coreia do Sul, que está superando o Japão porque investe fortemente nesse segmento”, exemplifica. Outro ponto destacado pelo executivo é o investimento na área de segurança. “As empresas precisam sentir que a segurança é um investimento e não um custo, além disso, é necessário valorizar o profissional no canteiro de obras, o trabalho em conjunto e a gestão”.
Wilson de Mello Jr., da Sobratema, ressalta que o foco deve ser sempre a preservação da vida humana, com investimentos na prevenção de acidentes. “Hoje, nossa realidade ainda não é essa. Atualmente, se gasta muito para fazer segurança, mas da forma errada”, destaca. Em termos de educação, o diretor da entidade pontuou a importância da certificação como uma garantia de que aquele profissional está apto para exercer a atividade. “É uma segurança adicional para as empresas, contribuindo para que o patamar de qualidade seja elevado e que outros profissionais busquem essa qualificação”, finaliza.