Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 por Mecânica de Comunicação

Sobratema Workshop: Na busca por produtividade, mecanização no canteiro de obras torna-se um processo irreversível

Marcos Schmidt mostrará o desenvolvimento da mecanização na construção e como o setor pode avançar ainda mais

O mercado da construção no Brasil evoluiu significativamente nos últimos anos em termos de métodos construtivos, gestão e planejamento de processos, gerenciamento de atividades e na aplicação de inovação e novas tecnologias. Nesse sentido, tem destaque o avanço considerável da mecanização do canteiro de obras, com a aplicação dos mesmos recursos utilizados em países europeus, Estados Unidos e Ásia e a adoção de um número, cada vez maior, de equipamentos especializados.

De acordo com Marcos Schmidt, gerente de Produto da divisão Construção da Atlas Copco Brasil, a mecanização é um processo irreversível, não para substituição da mão-de-obra, mas para dotar a construção civil de opções que reduzam os tempos de execução, incrementem a precisão e garantam elevado nível de segurança. 

Dentro dos canteiros, existem inúmeras atividades mecanizáveis. “A movimentação de materiais e execução de trabalho em altura, por exemplo, foi um setor que evoluiu significativamente devido à utilização de plataformas aéreas”, analisa. “É interessante destacar que uma boa parte da considerável expansão de sua utilização não ocorreu inicialmente por questão de performance ou custos, mas pela mudança da NR-18, em 2007”, acrescenta Schmidt, que será palestrante no Sobratema Workshop 2015.

No entanto, para Schmidt, existem setores, como por exemplo, a área de demolição, que ainda não avançaram tão rapidamente em termos de inovação. Isso acontece porque o segmento era visto, até recentemente, como uma “atividade não nobre”, por sua configuração rústica e, aparentemente, menos importante na construção. “Com isso, ela demorou mais para se beneficar de tecnologias mais avançadas”, explica. 

Schmidt explica que o setor ainda enfrenta dificuldades que vão desde as barreiras culturais até a atualização dos currículos acadêmicos. “Nas obras médias e pequenas, especialmente, verificamos que persistem métodos de baixa performance, alto risco à segurança e pouco adequados ao tratamento de resíduos. Nas grandes obras, os avanços são consistentes, embora haja espaço para aperfeiçoar os processos, com base na oferta de equipamentos mais eficazes”, acrescenta. 

Um exemplo dessa realidade é que a aplicação do equipamento de demolição mais usado no Brasil, o rompedor hidráulico, tem sido feita, em algumas situações, de forma indiscriminada, contaminando o resultado do processo. Em seu lugar, Schimdt sugere, por exemplo, o uso de tesouras hidráulicas, cujo desenho e ação, proporcionam a rápida remoção de uma estrutura aérea, liberando o espaço necessário à continuidade da obra, sem comprometer a segurança.

Além disso, atualmente, a área de demolição disponibiliza, uma oferta de equipamentos hidráulicos acopláveis às escavadeiras, que executam as tarefas pesadas da obra, com segurança e elevada performance. As ferramentas manuais passaram por um processo de reengenharia e, hoje, estão em nivel de ergonomia e produtividade muito superiores aos existentes nos últimos anos. E o processo de tratamento de resíduos de demolição conta com unidades móveis de britagem, condição importante para viabilizar as exigencias da lei nº 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 

Isso mostra que o mercado de demolição vem apresentando mudanças, além de estar em maior evidência, com a nova realidade de expansão da concentração urbana e do acelerado adensamento populacional nas metrópoles, onde a oferta de espaços livres é quase inexsistente e, para se construir, é necessário a demolição primeiro. “Somado a isso, os modelos de gestão também avançaram e o custo de cada etapa da obra é mais facilmente percebido. Assim, ao reduzir o tempo de execução de uma tarefa, haverá uma contribuição na lucratividade, condição que aconselha uma cuidadosa seleção de equipamento que ofereça performance superior”, conta Schmidt. 

Esse tema será detalhado por Schmidt no Sobratema Workshop 2015, que será promovido no dia 8 de abril, em São Paulo, cujo tema central é “Produtividade – Os Grandes Desafios da Construção”. O evento é destinado a empresários, gestores, engenheiros, profissionais e especialistas de construtoras e fornecedores da cadeia da construção.

A programação contará ainda com as apresentações de Jevandro Barros, diretor geral do IOPEX Brasil – Instituto for Operational Excellence, que tratará de Lean Construction e excelência operacional, de Hugo Marques da Rosa, presidente da Método Engenharia, que mostrará casos reais de processos e métodos construtivos que alcançaram maior produtividade em obras e de Rüdiger Leutz, diretor geral da Porsche Consulting, que ressaltará a importância da qualificação profissional na construção e seus impactos na produtividade.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas em http://www.sobratemaworkshop.com.br/.