Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 11 de junho de 2015 por Mecânica de Comunicação

Certificação profissional reflete diretamente nos resultados das empresas

Tema foi debatido durante o seminário promovido pelo Instituto Opus no M&T Expo Congresso

Baixa produtividade, acidentes de trabalho e outros fatores que contribuem para os prejuízos nas empresas podem ser solucionados com investimento em certificação e no treinamento de pessoas. Esta é uma opinião comum entre representantes de empresas como Makro Engenharia, Petrobras e Volvo, que participaram da palestra Movimentação de Cargas – A Realidade dos Profissionais, promovido pelo Instituto Opus no M&T Expo Congresso.

José Cláudio de Morais, gerente de Equipamentos da Makro, contou que a empresa adotou um programa diversificado de melhoria da qualidade. Engloba a capacitação de seus profissionais, o desenvolvimento de líderes, além de um seminário específico para movimentação de cargas voltado para o público interno. Os resultados são os inúmeros certificados, premiações e, principalmente, a melhoria constante da qualidade dos serviços. “O segredo é estimular as pessoas a mudarem a cultura e o comportamento”, disse.

No caso da Volvo, o cuidado com a preparação de sua mão de obra pode ser traduzido no recém-inaugurado centro de treinamento da divisão Volvo Construction Equipment, com 2.600 m2. Ali, são oferecidas aulas teóricas e em simuladores para a operação dos diferentes veículos e máquinas da construção civil. “O centro foi projetado para oferecer o máximo conforto para técnicos, operadores e instrutores, o que é fundamental para o aprendizado”, disse Luiz Vieira, Coordenador de Treinamento da Volvo CE. 

Carlos Pombo, Coordenador de Certificações da Petrobras, acrescentou que, além dos benefícios como aumento de produtividade e maior segurança no trabalho, investir na capacitação dos profissionais visando obter certificações também contribui para a inclusão social dos profissionais, que se tornam mais bem preparados para o mercado e, portanto, mais motivados. “Mas certificação sem treinamento real, com avaliação e reciclagem constante, não resolve”, frisou.   
 
Erros de contratação e falta de treinamento contribuem para recorde de acidentes de trabalho na construção civil

Falhas decorrentes da contratação de trabalhadores e falta de treinamento dos profissionais contribuem para que o setor da construção civil, que emprega hoje 3,3 milhões de pessoas, seja o campeão em acidentes de trabalho no Brasil. O assunto foi tema do seminário promovido pelo Instituto Opus "Movimentação de Cargas: a Realidade dos Profissionais", no M&T Expo Congresso. 

Uma alternativa para a capacitação dos profissionais é o uso de simuladores de guindastes, segundo Wilson de Mello Jr., diretor de Certificação e Desenvolvimento Humano da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração. Ele frisou que muitas empresas alegam que treinamento exige elevados investimentos. “Mas inúmeras companhias no setor chegam a pagar mais de R$ 1 milhão mensal sobre a folha de pagamento referente ao FAP – fator acidentário de prevenção, que varia de acordo com  número de acidentes”, recorda. 

Treinamento eficiente
 
Os simuladores permitem não somente treinar os profissionais como também avaliar com precisão os que têm mais habilidade para funções específicas, contribuindo para o aumento da produtividade, informou Fábio Pankowiski, gerente de Vendas da Orix Simulations, fabricante de simuladores. “Adotar o simulador não significa, no entanto, que o profissional terá de ser treinado somente nesse equipamento. A partir de certo momento, deverá exercitar nos próprios guindastes, mesmo que não seja em uma obra real”, afirmou. 

É exatamente esse o procedimento adotado na Odebrecht, que investe no treinamento constante de operadores, auxiliares e líderes. Depois de passar pelos simuladores, os profissionais da construtora encaram as máquinas reais no seu campo de testes. De acordo com Carlos Garbos, coordenador de Treinamento e de Apoio Técnico da Odebrecht, mesmo que sejam bem treinados, os operadores de guindaste devem ser orientados a trabalhar com no máximo 95% da carga total do equipamento. “Assim, podem deixar 5% da capacidade como margem de manobra para possíveis situações críticas.”