Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 17 de março de 2015

Monitor Mercantil - Desafio da construção civil é manter rentabilidade

Desafio da construção civil é manter rentabilidade

Entre 2007 e 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresceu 1,8 vez mais do que o PIB nacional. Esse forte crescimento foi ocasionado pelo grande volume de obras em todo o país, pela alta da economia nacional e pelos programas para facilitar a adoção de moradias pela população. Para Hugo Marques da Rosa, presidente da Método Engenharia, atualmente, o grande desafio do segmento é manter as taxas de rentabilidade, em um cenário com menos obras e constante pressão para a redução de custos. “E a única solução é focar no aumento de produtividade”, avalia.

“Um bom exemplo disso, é o fato de um trabalhador brasileiro gerar, em média, um quinto da riqueza gerada pelo norte-americano. Enquanto em nosso país, dois funcionários constroem 17 m² por dia no sistema de alvenaria (altamente artesanal), nos Estados Unidos dois funcionários produzem até 50 m² no mesmo período, utilizando materiais industrializados”, acrescenta.

A industrialização é um caminho para aumentar a produtividade na construção brasileira. Mas, de acordo com Rosa, há ainda algumas barreiras a serem vencidas, em especial, a cultural e os valores de investimento, para que essa alternativa cresça. “Comparar os custos da tecnologia convencional com a tecnologia inovadora não levará a conta alguma. Isso porque se deve mensurar não somente os custos envolvidos diretamente, mas também os benefícios decorrentes de todo o ciclo de vida do empreendimento, o que envolve ganhos de produtividade, com consequente redução nos custos indiretos, entre outros”, explica.

“A forma mais adequada para elevar o nível da industrialização na construção é a realização de estudos de viabilidade, de forma séria, que possibilite a visão do todo e a tomada de decisão com a máxima segurança possível, minimizando riscos”, complementa.

O presidente da Método Engenharia, que participará do Sobratema Workshop 2015, diz ainda que há outra questão a se considerar que é o fato dos aumentos salariais não serem acompanhados pela elevação da produtividade. “Com isso, as margens das empresas são corroídas, gerando menos lucro, menos competitividade e menos capacidade para investir”, pondera.