Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 10 de agosto de 2015 por Mecânica de Comunicação

Presidente da Sobratema participa de Fórum sobre logística, organizado pela Abag e pelo Estadão

Evento contou com a participação de cerca de 250 profissionais do setor

No dia 4 de agosto, foi realizado o Fórum Abag-Estadão que debateu o tema logística. Entre os palestrantes estava Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, que abordou os impactos dos investimentos previstos no Programa de Investimento em Logística (PIL) nos corredores logísticos de exportação. 

Em sua apresentação, Mamede mostrou que para o corredor Centro-Norte estão previstos investimentos de R$ 29,5 bilhões com o PIL, nos corredores Sudeste e Sul, os aportes estimados são de R$ 70,5 bilhões, já no corredor Nordeste, o montante estimado é de R$ 9,5 bilhões. “Tanto em rodovias, quanto em ferrovias, teremos a necessidade de atrair novos players para participar dos projetos”, analisou. 

Os investimentos nas rodovias trazem inúmeros benefícios – redução de custos logísticos, aumento da conectividade das áreas produtoras, da capacidade das vias rodoviárias existentes e a construção de uma nova via rodoviária para o vetor Centro-Norte –, mas também uma série de desafios, como a inexistência de estudos de viabilidade para 11 concessões rodoviárias, previstas para o próximo ano. “São projetos que demandam estudos geológicos. Por isso, existem dúvidas no mercado se haverá bons projetos para atender os investidores”, avaliou Mamede.

No caso das ferrovias, o presidente da Sobratema acredita que hoje o ideal é concentrar os esforços neste tipo de modal.  “Entendo que a solução das ferrovias é a mais indicada e a mais viável para se conseguir uma alternativa logística, que seja mais competitiva e que represente redução nos custos de transportes”, afirmou. “É claro que há desafios, como por exemplo, a inexistência de estudos de viabilidade para a maioria das concessões ferroviárias, cujos projetos são greenfield, com mais riscos, exigindo estudos técnicos de demanda e capex mais detalhados, além de melhor mitigação de riscos”, acrescentou. 

Também o coordenador do Fórum Abag-Estadão, Renato Pavan, presidente da Macrologística Consultoria, entende que a ferrovia deve cumprir papel decisivo no escoamento da produção do Centro-Oeste, sobretudo se estiver consorciada com hidrovias para direcionar as cargas para os portos do Norte do País. “O objetivo é que 60% de toda a produção de grãos do Mato Grosso sai do país pelos portos da chamada rota Norte”, disse. 

Pavan acrescentou que o país necessita reforçar seus investimentos em projetos de transportes. “Temos de nos aproximarmos do nível de investimentos promovidos nessa área pelos nossos principais competidores externos, pois enquanto investimos 0,5% do PIB em transportes, países como Rússia, Índia e China estão investindo entre 4% e 5%”. 

Promovido pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, o Fórum também contou com a análise de Cleiton Vargas, diretor comercial da Yara Brasil Fertilizantes, que abordou o desafio logístico de internalizar e distribuir os cerca de 30 milhões de toneladas de fertilizantes que a agricultura brasileira utiliza por ano; com o case da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), apresentado por seu presidente Carlos Alberto Paulino da Costa, que após o primeiro ano de reformulação do sistema logístico e de recebimento de café conseguiu uma economia equivalente a R$ 18,5 milhões apenas com a substituição do uso de sacarias pelo transporte a granel; e da avaliação de João Cesar Rando, presidente do inPEV –Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias sobre logística reversa.

A abertura do evento ficou a cargo de Duarte Nogueira, Secretário de Logística e Transportes do Estado de SP, de Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Abag, e Ernesto Bernardes, diretor de Projetos Especiais do Estadão.