Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 12 de agosto de 2015 por Mecânica de Comunicação

Sobratema apresenta tendências e inovações na área de equipamentos para construção

Palestra na Universidade de Brasília foi ministrada pelo engenheiro e consultor Norwil Veloso

As tendências e as inovações no segmento de máquinas para obras de infraestrutura e construção foi o tema da apresentação da Sobratema, realizada no dia 3 de agosto, durante a 15ª Semana de Engenharia Civil da Universidade de Brasília (UnB). O evento é organizado pelo grupo PET – Programa de Educação Tutorial de Engenharia Civil da UnB e contou com doze palestras de 03 a 07 de agosto. 

A palestra da Sobratema ficou a cargo do consultor e engenheiro Norwil Veloso, que mostrou que o foco do mercado vem mudando há algumas décadas. Primeiro, o objetivo principal era a produção, depois se passou a buscar economia e conforto e atualmente o que se espera é produtividade aliado à sustentabilidade. “O atual estágio é decorrente de uma maior conscientização sobre o aumento da produtividade mediante a oferta de melhores condições para os operadores e uma visão global dos problemas ambientais, como o efeito estufa, níveis de poluição e suas causas, pressão das autoridades ambientais, entre outros”, explicou.

No caso da sustentabilidade, Veloso destacou o que vem sendo feito para um maior controle das emissões de poluentes e de ruídos. “O controle das emissões em nível mundial é bastante afetado pela qualidade do combustível. Os motores e dispositivos de controle dependem cada vez mais da qualidade do diesel”, avaliou. 

Para melhorar o controle de emissões, o Brasil vem trabalhando fortemente com a implantação de regulamentações, por meio da adoção de novas tecnologias e de uma melhor qualidade do diesel. Um exemplo é a norma brasileira Proconve P7, que regulamentou os limites de emissão para todos os veículos novos a diesel de carga ou passageiros para que não ultrapassem 2,0 g/km de óxidos de nitrogênio (NOx), 0,46 g/km de hidrocarbonetos (HC), 1,5 g/km de monóxido de carbono (CO) e 0,02 g/km de material particulado (MP). 

Além disso, a partir deste ano, o Brasil tornou-se o primeiro país latino-americano a ter uma legislação para controle de emissão de poluentes e ruídos para equipamentos fora de estrada nacionais e importados. O Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores para Máquinas Agrícolas e Rodoviárias (Proconve/Mar-I) está sendo implantado em etapas. A primeira estabelece limites para motores de nova configuração e aplicação rodoviária, com potência de 37 a 560 kW, definindo os valores máximos na emissão de CO, HC, NOx e MP. “Isso significa que vamos ter maior controle a partir de 2017, quando entraremos no TIER 3”, analisa Veloso.

Em termos de qualidade do combustível, o consultor da Sobratema explicou que, dentro da América Latina, o Brasil se situa no terceiro nível, com o Chile no primeiro nível e países como Colômbia, México e Costa Rica, no segundo nível. “Isso quer dizer que só será possível utilizar motores Tier 4 no país em 2019, com ajustes localizados em cada motor”, afirmou. 

Outra alternativa, segundo Veloso, é a utilização de combustíveis alternativos, como o GNL – Gás Natural Liquefeito, o gás metano, o DME – dimetil éter, ou o diesel sintético (HVO). “Todos estão em produção em escala reduzida. Hoje, a produção em escala de biodiesel na Europa substitui apenas 3% do consumo de diesel. Além da questão da viabilidade econômica, há ainda problemas com disponibilidade, como é o caso do gás natural”, destacou. 

Durante a apresentação, os participantes puderam conhecer ainda as tecnologias que estão sendo implantadas e desenvolvidas para trazer mais produtividade aos equipamentos em uma obra, como por exemplo, os motores eletrônicos, que trazem como vantagens: melhor controle da dosagem de combustível, adequando-a à carga que o motor necessita; melhor performance com maior potência e torque em todas as faixas de rotação, que permanece sempre na faixa de menor consumo; funcionamento mais silencioso; sistema de proteção do motor; e diagnóstico e histórico de defeitos. 

Também foram destacadas transmissões hidrostáticas, cujo ajuste automático de torque e velocidade otimiza o fluxo de potência no caso de mudança de carga. “O motor opera permanentemente a uma rotação constante, independentemente da velocidade de locomoção, oferecendo alta eficiência em toda a faixa de velocidade e utilizando somente a energia requerida pelo equipamento em operação (ajuste eletrônico)”, explanou Veloso, que mostrou exemplos de sistemas utilizados em máquinas híbridas. “Elas são uma tendência, porque aproveitam uma energia que antes era jogada fora, trazendo economia de combustível e, consequentemente, mais produtividade e menos poluição”.

Sobre o futuro, Veloso ponderou que o enfoque será cada vez maior na produtividade, com uma legislação mais restritiva em controle de emissões, além de um controle maior em acidentes e saúde operacional, inclusive levando em consideração o conforto do operador.