Publicado em 16 de julho de 2015
16 de julho de 2015
Cores do equipamento de proteção individual (EPI) se orientam por normas técnicas e também definem hierarquias entre trabalhadores do setor
O capacete é o primeiro elemento que evidencia se um canteiro de obras segue os procedimentos de segurança do trabalho e atua com organização. O equipamento de proteção individual (EPI) é uma exigência legal. Não são poucos os acidentes que poderiam ser evitados se o uso do capacete fosse uma rotina nas construções brasileiras. Também não é por falta de orientação e nem de normas técnicas que ele deixa de ser utilizado. A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), inclusive, possui norma regulamentadora que padroniza as cores dos equipamentos na construção civil.
A identificação dos capacetes por cores serve também para hierarquizar o trabalho no canteiro de obras. O engenheiro e o mestre de obras, por exemplo, normalmente utilizam capacetes brancos. Há empresas que adotam cinza para um e branco para outro. Os pedreiros usam azul, enquanto serventes e operários, carpinteiros, eletricistas, técnicos de segurança e visitantes utilizam equipamentos verdes, vermelhos, laranja, preto e amarelo, respectivamente. As normas NR 06 e ABNT NBR 8221 não impõem cores, mas definem os padrões de fabricação deste equipamento de proteção individual.
No Brasil, além de seguir a normalização vigente, os fabricantes de capacetes utilizam padrões de qualidade aceitos internacionalmente, usando como matéria-prima o polietileno de alta densidade na produção dos cascos. Esse tipo de plástico, além de suportar impactos, possui combustão lenta, é resistente a raios ultravioleta, à ação da água e tem alta resistência mecânica. O uso eficiente do capacete recomenda que se verifique a presença de selo do INMETRO e se o equipamento está dentro do prazo de validade, o que normalmente é definido pelo fabricante (em média, 5 anos para o casco e 3 anos para a suspensão interna, também conhecida como carneiro). Além disso, não é recomendado que o EPI seja utilizado com bonés e gorros, pois os acessórios diminuem a capacidade de proteção dos capacetes.
Produtividade e economia
Para quem atua no canteiro de obras, é importante destacar que a guarda do capacete, assim como os demais EPIs, é de responsabilidade do trabalhador. Além disso, o colaborador também tem o dever de preservar o equipamento, assim como cuidar da higienização e das condições de uso. Todas as orientações devem ser repassadas ao profissional através de treinamento oferecido pela empresa contratante ou por entidades de classe ligadas à construção civil. O investimento neste tipo de ação melhora a produtividade no canteiro e também influencia no custo da obra, pois previne contra o risco de multas e de paralisação do empreendimento.
Segundo Wilson de Mello Jr., diretor de certificação e desenvolvimento humano da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), a ausência de capacitação, treinamento e equipamentos adequados faz com que algumas construtoras cheguem a pagar até R$ 1 milhão por mês em indenizações causadas por acidentes de trabalho. Estudo encomendado pelo Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP), junto ao Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac/Seconci-SP), reforça essa afirmação. Ele revela que contusões, entorses, traumatismos e ferimentos são a causa de 13% do afastamento de trabalhadores da construção civil. O levantamento ocorreu em cima de atestados médicos.
Ainda de acordo com os documentos emitidos, 42,7% se ausentam do trabalho devido a dores e inflamações (musculares, nas costas, ombros, juntas e tendão). Já 10,8% por problemas gastrointestinais, 6,8% por faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses, 5,5% por doenças do olho, 4,3% por cistos, abscessos, furúnculos e dermatites e 16,9% por outros problemas de saúde.
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