Publicado em 11 de novembro de 2015 por Mecânica de Comunicação
Projeções de venda de equipamentos para construção apontam uma retração de mais de 57% em 2015
Para 2016, o Estudo da Sobratema estima que o mercado de máquinas registrará queda de 2,1% nas unidades vendidas
Segundo dados do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, a comercialização de máquinas para esse setor deve apresentar uma queda em 2015, de cerca de 57,8% em relação a 2014. São estimadas vendas neste ano de 26,5 mil unidades contra 62,8 mil unidades no ano anterior. O Estudo é elaborado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração e foi divulgado durante o evento estratégico Tendências no Mercado da Construção, na quarta (ontem), dia 11 de novembro.
A desaceleração da economia brasileira, que teve inicio em 2014 com crescimento do PIB próximo de zero, evoluindo na recessão no ano 2015 que deverá obter um PIB negativo, segundo análise semanal do boletim Focus, do Banco Central, e que afeta diretamente os investimentos públicos em infraestrutura, é o principal fator para o resultado estimado no mercado de equipamentos para construção em 2015.
“Acreditamos que, quando for equacionado o problema da falta de credibilidade do governo federal, haverá uma natural retomada nos investimentos na área de infraestrutura, que impulsionaria o nosso setor, que é caracterizado como sendo o primeiro a ser afetado quando há cortes de investimentos governamentais, mas também um dos primeiros a retomar o crescimento no momento em que os governos voltam a investir”, afirmou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.
A linha amarela – equipamentos de movimentação de terra – sofrerá uma diminuição menor, de 50,2% em suas vendas em 2015 ante 2014. Os equipamentos com menor retração neste ano, segundo o Estudo Sobratema, são as miniescavadeiras (23,7%) e as escavadeiras hidráulicas (39,6%). Já a categoria com maior queda é a de motoniveladoras (86,6%).
O Estudo Sobratema contempla ainda os demais equipamentos para o setor, incluindo gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e tratores de pneus. A queda na comercialização dessas máquinas será maior do que a da linha amarela e do percentual geral, com 61,1% em comparação com 2014. As plataformas aéreas obterão uma redução expressiva nas vendas, de 75,5%. Já nos telehandlers (manipuladores telescópicos), a queda será de apenas 2,9%.
Outra categoria que corroborou para o resultado do mercado de equipamentos para construção foi a área de caminhões rodoviários utilizados nesse segmento, cuja estimativa é de retração de 64,4% neste ano.
Ano de 2016
O Estudo de Mercado da Sobratema também faz projeções para o próximo ano, cujas vendas devem ter também uma retração, porém menor, de 2,1% em 2016 ante 2015. A linha amarela deverá apresentar uma diminuição na comercialização de 3,7% e a categoria demais equipamentos, de 1,7%.
Apesar da retração dos índices gerais, algumas famílias de equipamentos poderão alcançar resultados positivos, como os tratores de esteira, os compressores portáteis e os guindastes, que deverão obter com crescimento de 13,3%, 13,6% e 11,1% respectivamente.
A análise feita pelo Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção leva, ainda, em consideração uma pesquisa com usuários e fabricantes de máquinas, que mostra que há uma perspectiva de retomada a partir de 2017, com uma recuperação mais robusta até 2020, inclusive, podendo alcançar os patamares de vendas de equipamentos obtidos em 2010, quando o segmento cresceu cerca de 70%.
Para isso, seriam necessários que alguns fatores se concretizassem ao longo dos próximos anos, como a eficácia do plano de ajuste econômico e das novas concessões, a resolução da crise política e os investimentos para a renovação das frotas dos usuários.
O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção é editado desde 2007 e retrata a importância econômica do setor, auxilia na formulação das políticas que facilitam a aquisição de equipamentos modernos e eficientes, e é também um instrumento de planejamento muito útil para as empresas do setor. A compilação e análise dos dados conta com a consultoria econômica do jornalista e economista Brian Nicholson.