Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 12 de novembro de 2015

Valor Econômico - Sobratema estima queda de 57% nas vendas para a construção civil

Sobratema estima queda de 57% nas vendas para a construção civil 

Por Victoria Mantoan | De São Paulo

O mercado de máquinas para construção deve amargar mais um ano de queda e chegar ao pior desempenho ao menos desde 2007. Estudo da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) divulgado ontem mostra que a redução no volume de unidades vendidas deve ser de 57% neste ano. O número é o menor da série histórica da entidade, que remonta um ano antes da crise econômica mundial.

Será o segundo ano consecutivo de queda no volume de vendas. E a situação não é animadora para 2016, quando a entidade espera que o mercado continue a cair, ainda que menos, 2,1%.

A linha amarela, equipamentos de movimentação de terra, deve sofrer uma diminuição menor neste ano, diz o estudo, de 50,2%, para 13,5 mil unidades. Os demais equipamentos, por sua vez, devem somar 13 mil unidades vendidas, apresentando queda de 61,1% ante 2014.

 

O vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, diz que o ano de 2015 foi muito complicado também porque, no início, ainda não era possível enxergar o tamanho da crise. "Carregamos um 2014 que seria difícil e jogamos a expectativa de recuperação para 2015, agora tivemos um ano ainda mais complicado,  mas colocamos o pé no chão e já vemos  que em 2016 ainda não vai melhorar".

Para Daniel, a tendência é que o faturamento do setor acompanhe o volume de vendas. "Algumas empresas com tíquete médio mais caro, podem ter sofrido um impacto até maior sobre os preços".

Mesmo o dólar mais caro dos últimos meses, que ajuda na competitividade da indústria para exportação, não deve aliviar a situação. O setor, diz Daniel, "não tem força para trabalhar com exportação". Isso significa que o fabricante sofre com as pressões de custos que um dólar mais caro impõe mas, em sua maioria, não consegue aproveitar os benefícios que o movimento cambial poderia trazer.

O setor de máquinas e equipamentos é considerado termômetro da saúde econômica do país e, segundo especialistas, é um dos primeiros a sentir o impacto da redução de investimentos. Em um esforço para olhar o lado bom, Daniel diz que também é o primeiro a se recuperar. Com a previsão de mais um ano de queda no PIB em 2016, o calendário de retomada da demanda por máquinas e equipamentos em geral, e de construção em particular, ficou para 2017. 

A entidade, porém, lembra que o cumprimento tem uma série de condicionantes, dentre os quais está a eficácia das medidas de ajuste fiscal, a realização de novas concessões, a resolução da crise política e investimentos para renovação das frotas dos usuários.