Publicado em 18 de novembro de 2015 por Mecânica de Comunicação
Ex-ministro diz, em evento promovido pela Sobratema, que Brasil tem condições para retomar crescimento consistente
Tendências no Mercado da Construção também promoveu o lançamento do Guia de Equipamentos e homenageou os destaques do Pós-Venda no ano
Apesar de alertar que não se deve esperar recuperação na economia Brasileira antes de 2019, o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega relacionou uma série de razões para se acreditar que, passado esse período, o Brasil reúne condições para retomar um nível de crescimento consistente. O ex-ministro fez a palestra de encerramento no evento estratégico Tendências no Mercado da Construção, promovido pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, nesta quarta-feira (11), em São Paulo e que reuniu cerca de 350 pessoas entre lideranças empresariais e profissionais dos segmentos da construção e mineração.
“Patamares de crescimento entre 2,5% a 4% ao ano, que são os níveis necessários a um país como o Brasil, dificilmente alcançaremos nos próximos três anos”, pontuou o palestrante. “Alcançar esses índices anuais de crescimento depende de aumento na produtividade geral da economia. E aumento na produtividade depende de alguns fatores como: investimento em logística e em educação, reforma tributária e trabalhista, melhoria na gestão dos governos e das empresas, assim como em organismos reguladores”, completou o ex-ministro. Para reforçar a necessidade de se aumentar a produtividade, Mailson lembrou que 80% da taxa de crescimento da economia dos Estados Unidos nos últimos anos foi possível graças ao aumento da produtividade.
Na parte final de sua palestra, o ex-ministro lembrou que o Brasil está mais bem preparado para sair da atual crise, quando se faz a comparação com outros momentos críticos vivido no passado. “Há esperança e há razões para acreditarmos que o país ainda oferece boas oportunidades de expansão, pois temos instituições sólidas; uma base industrial complexa e diversificada; um agronegócio competitivo e dinâmico; um sistema financeiro sólido, moderno e sofisticado; democracia consolidada; Judiciário independente; imprensa livre; além de uma sociedade que se mobiliza e está intolerante a inflação alta”, afirmou o ex-ministro, acrescentando que acha difícil o país se tornar parecido com a Argentina ou a Venezuela.
Além da palestra do ex-ministro, o evento Tendências no Mercado da Construção contou também com a palestra sobre o tema Construção Pesada e Mineração sob o Aspecto Econômico, proferida pela economista Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria Integrada. Após fazer uma detalhada análise sobre a conjuntura internacional, na qual avaliou o ritmo de expansão econômica dos principais países em decorrência de um declínio de preços das principais commodities, a economista centrou atenção sobre a crise tripla que afeta o Brasil: as crises fiscal, econômica e política.
No entender da economista, a recuperação econômica deve começar a partir de 2017. “E essa recuperação tende a acontecer em cima de uma elevada capacidade ociosa que está sendo gerada agora no segmento industrial”, afirmou. Em relação ao desempenho do setor da construção, Amaryllis salientou que a recuperação também deverá ser mais consistente a partir de 2017. Ela estimou a queda do PIB da construção civil brasileira neste ano na casa de 9,4%. Um sinal positivo detectado pela economista e que atenua um pouco as perspectivas negativas são os dados sobre crescimento do número de famílias esperado para a próxima década.
Segundo Amaryllis, as projeções são de crescimento expressivo na formação de novas famílias, que vai demandar mais investimentos em várias áreas, envolvendo também a construção. “Um exemplo claro disso são as projeções sobre aumento da demanda por moradia. Notamos que o déficit habitacional deve se acentuar, o que estimula a construção civil e também obras de infraestrutura urbana complementares à construção de moradias”, concluiu a palestrante.
Lançamentos
Durante o Tendências no Mercado da Construção ocorreu o lançamento da nova edição do Guia Sobratema de Equipamentos, com especificações técnicas de 1046 equipamentos nacionais e importados para transporte vertical, manuseio de cargas e trabalho em altura, de 67 fabricantes. A apresentação da novidade ficou a cargo do engenheiro e consultor Norwil Veloso.
Também, foram divulgadas, em primeira mão, as informações do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, em palestra proferida pelo consultor Brian Nicholson. A comercialização de máquinas para esse setor deve apresentar uma queda em 2015, de cerca de 57,8% em relação a 2014. São estimadas vendas neste ano de 26,5 mil unidades contra 62,8 mil unidades no ano anterior.
Além disso, o Núcleo Jovem entregou as homenagens do projeto “Destaque Pós-Venda 2015 – Sobratema” para a Caterpillar, na categoria Equipamentos para Terraplenagem, a Sandvik, em Equipamentos para Perfuração, e a Schwing-Stetter, em Equipamentos para Concreto. Essas empresas receberam troféu como forma de reconhecimento e um Selo para utilizar em seus materiais de divulgação. O projeto foi apresentado pelo coordenador do Núcleo Alisson Daniel e a premiação foi entregue pelos coordenadores desse projeto, Antonio Miranda e Bruno Marques.