Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 16 de novembro de 2015

Portal dos Equipamentos - Vendas de equipamentos despencam 57,8%, segundo estudo

Vendas de equipamentos despencam 57,8%, segundo estudo

As maiores baixas são na venda de motoniveladora, com queda de 86,6%, e de plataformas aéreas, de 75,5%

 

Redação PE

2015 está encerrando sem muito o que comemorar nos negócios com equipamentos de construção. A crise política responsável pela recessão da economia brasileira contundiu o setor com uma queda de 57,8% nas vendas de máquinas nesse ano, em relação a 2014. Ou seja, a quantidade vendida de 62,8 unidades registradas no ano passado agora ficará em 26,5 mil.

Os números foram divulgados pela Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), na noite de 11 de novembro, quando foi apresentado o Estudo de Mercado elaborado anualmente pela associação.

Todas as categorias de equipamentos registraram forte queda. As vendas de linha amarela, por exemplo, vai despencar 50,2%. Equipamentos com menor retração são as miniescavadeiras (23,7%) e as escavadeiras hidráulicas (39,6%). Já a categoria com maior queda é a de motoniveladoras (86,6%).

Os demais equipamentos, como gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e tratores de pneus, terão queda de 61,1% em comparação a 2014. As plataformas aéreas terão redução mais forte, de 75,5%, e os manipuladores telescópicos apenas de 2,9%.

As vendas de caminhões rodoviários terão retração de 64,4%. “Na nossa análise, após ser equacionado o problema da falta de credibilidade do governo federal, haverá uma retomada natural nos investimentos na área de infraestrutura, que impulsionará nossos negócios. Esse setor se caracteriza por ser o primeiro a ser afetado quando há cortes de investimentos governamentais, mas também um dos primeiros a retomar crescimento no momento em que governos voltam a investir”, afirmou Eurimilson Daniel, da Escad Rental.

PERSPECTIVA DE VENDAS PARA 2016 CONTINUAM BAIXAS

Para 2016, as previsões continuam desafiadoras, para não dizer desagradáveis. De acordo com o Estudo de Mercado da Sobratema as vendas devem continuar retraídas, porém menor, de 2,1% em relação a 2015. A linha amarela deverá apresentar uma diminuição na comercialização de 3,7% e os demais equipamentos de 1,7%.

“Apesar da retração dos índices gerais, algumas famílias de equipamentos poderão alcançar resultados positivos, como tratores de esteira, compressores portáteis e guindastes, que deverão obter com crescimento de 13,3%, 13,6% e 11,1% respectivamente”, informa Brian Nicholson, jornalista e economista que fez a compilação e análise dos dados.

O estudo também contempla uma pesquisa feita com usuários e fabricantes de máquinas, que revela uma perspectiva de retomada a partir de 2017 e recuperação mais robusta do setor até 2020, inclusive, podendo alcançar os patamares de vendas de equipamentos obtidos em 2010, quando o segmento cresceu cerca de 70%.

“Para isso, seriam necessários que alguns fatores se concretizassem ao longo dos próximos anos, como a eficácia do plano de ajuste econômico e das novas concessões, a resolução da crise política e investimentos para renovação das frotas dos usuários”, acrescenta o presidente da Sobratema, Afonso Mamede.

EXPORTAÇÕES DE EQUIPAMENTOS SÃO ALTERNATIVA

Para o vice-presidente da Case Construction, Roque Reis, a exportação é o caminho para os negócios da empresa nesse momento de economia retraída. A ideia é ter de 20% a 30% da produção sendo exportada, principalmente com o câmbio favorável. “Os países da América Latina estão no foco inicial da empresa. O Paraguai, por exemplo, que antes era inexpressivo na compra de equipamentos de construção, hoje adquire em média 800 unidades por ano”, ressalta Roque.

Embora o Estudo de Mercado retrate apenas a realidade das vendas no mercado interno, Mamede, da Sobratema, considera que fornecedores de equipamentos têm know how suficiente para ajustar as estratégias do negócio à realidade do mercado mundial. “Eles estão com suas plantas fabris bem estruturadas e definidas, se planejaram durante anos para montá-las no Brasil. O foco não é deixar de produzir aqui, mas sim exportar a produção a partir da planta brasileira”, arremata.