Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 07 de abril de 2016 por Mecânica de Comunicação

Palestrantes do Sobratema Workshop 2016 mostram como a aplicação de tecnologias beneficia a compactação de asfalto

Evento também contou com um painel sobre compactação de solo

O segundo painel do Sobratema Workshop 2016, realizado ontem, dia 6 de abril, debateu as Tecnologias para Compactação de Asfalto. A primeira palestra foi proferida por Paulo Roese, representante da Caterpillar para o mercado de pavimentação, que mostrou como a compactação é um processo primordial para o incremento da vida útil do pavimento, ajudando a reduzir custos na manutenção. “O custo da compactação é menor do que os agregados e asfalto”, acrescentou.

Para obter uma melhor eficiência na compactação, Roese afirmou que existe uma sequência ideal, que se inicia com a vibroacabora, para obter o máximo de densidade. Após, para a compactação intermediária é utilizado um compactador tandem vibratório, cuja velocidade será determinada pela velocidade da vibroacabadora, e depois é utilizado o rolo de pneus para selar a capa asfáltica. “Com isso, há um menor risco de danificar a camada”, explicou. Por último, na compactação final, é usado o rolo tandem no modo estático para remoção de todas as marcas.
  
Sobre o tempo para realizar a compactação, Roese apresentou um aplicativo que calcula o tempo máximo para se fazer os trabalhos de forma eficiente. Este tempo é calculado por meio de variáveis, como condições ambientais, especificação da mistura asfáltica, temperatura de entrega do material e a base de aplicação do asfalto. Outra tecnologia mostrada por ele foi um outro aplicativo para calcular a amplitude da compactação, por meio da inserção de dados como temperatura, tipo da mistura, formato e tamanho do agregado, entre outros dados, e que ainda apresenta os equipamentos mais adequados para a utilização no projeto.

Na sequência, Juliano Gewehr, especialista de produto e engenharia de aplicação da Ciber Equipamentos Rodoviários (Wirtgen Group), explanou sobre as questões iniciais para a escolha de um rolo compactador, que incluem o tipo de mistura a ser compactada, a espessura da camada asfáltica e o local do obra. “Para cada obra, há uma equipamento ideal para ser utilizado”, ressaltou. 

Gewehr trouxe o exemplo da utilização de rolos combinados, que são ideias para trabalhar em obras de menor porte, pavimentação urbana e em alguns trechos com buracos ou necessidade de reparação. “Não adianta apenas jogar o asfalto em um buraco, porque existem fissuras próximas a ele, que se forem deixadas como estão, provocará um novo buraco. Assim, o correto é fazer a compactação e pavimentação localizada”, explicou. Sobre as mesas compactadoras de alto desempenho, ele avalia que permitem alcançar até 95% de grau de compactação, obtendo uma maior produção, e reduzindo o número de passadas dos compactadores. “Mas, a mesa não substitui o rolo”, analisou. 

Em sua apresentação, Gewehr lembrou sobre as questões de segurança, como a visibilidade do operador na obra, a ergonomia e as indicações claras e precisas para o operador, e recomendou que os usuários sigam recomendações técnicas de compactação. “A somatória de pequenos erros podem impactar na obra como um todo”, destacou. Já na parte de tecnologia, o palestrante comentou sobre a utilização de uma solução no qual as forças de vibração e oscilação se complementam, possibilitando realizar a compactação com um menor número de passadas.

A última palestra do painel e do Sobratema Workshop foi ministrada por Juliano Silva, gerente de Produto da Volvo Construction Equipment, que informou aos participantes sobre os avanços tecnológicos no segmento, apresentando tecnologias de mapeamento de passadas, monitoramento de temperatura e medição de densidade. “Esses dois primeiros já estão em uso no mercado, mas esse último é, sim, uma inovação recente”, disse.

Para a aferição estimada da densidade, a tecnologia tem como base a RNA – Rede Neural Artificial, que são algoritmos inspirados na arquitetura do cérebro humano. “Isso significa que ela simula o aprendizado cerebral, por meio de repetições. Assim, quanto mais informações, há um refinamento do processo”, afirma Silva. O sistema processa os dados das tolerâncias do projeto com os dados coletados para estimar a densidade relativa em percentual. “Se quer garantir 97% de compactação, atingindo 98,5% terá essa garantia”.

Segundo Silva, o uso das três tecnologias citadas em conjunto trazem muitos benefícios para o usuário de rolos compactadores tandem como a maior durabilidade possível no pavimento asfáltico, a redução de custo operacional e uma maior velocidade na operação.  
 
O Sobratema Workshop 2016 debateu o tema “Compactação – Tecnologias e Conceitos” e teve um painel Tecnologias para Compactação de Solo, com a participação de especialistas da Atlas Copco, Bomag Marini, Grupo Ammann e XCMG do Brasil. Promovido pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção, o evento foi aberto por Afonso Mamede, presidente da Sobratema, e teve a moderação de Claudio Schmidt, diretor técnico da Sobratema.

O evento contou com o apoio da Atlas Copco, Grupo Ammann, Sotreq/Caterpillar, Volvo e XCMG.