Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 15 de junho de 2016 por Mecânica de Comunicação

Os desafios do planejamento em um mundo cujas projeções indicam 66% da população mundial vivendo nas cidades em 2050

manhã, programação do Construction Summit 2016 continua com uma série de atividades, incluindo dois Workshops do Sinaneco, o Congresso Nacional de Valorização do Rental e palestras que trazem temas como sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, tecnologias inovadoras e sistemas construtivos

Recentes projeções feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 66% da população mundial deverá viver nas cidades até 2050 – no Brasil, a proporção já é hoje de 85% vivendo em áreas urbanas. Lidar com esse cenário demanda uma ampla mudança na forma como se faz o planejamento e o desenvolvimento urbano. Esse tema é um dos que estão em debate no Construction Summit 2016, organizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). O evento prosseguirá até a quinta (16/6), em São Paulo.

“Iremos expor e discutir 32 temas de extrema relevância nas mais diversas áreas ligadas à tecnologia para construção e desenvolvimento urbano, contando com a larga experiência de palestrantes internacional e de destacados profissionais que se dedicam ao desenvolvimento de soluções para as grandes cidades. Além disso, contamos também com a participação do WRI, que traz grandes experts mundiais em suas respectivas áreas de atuação para transmitir novas tecnologias construtivas e novas soluções em termos de mobilidade urbana já consagradas em países de avançadas práticas”, afirmou Afonso Mamede, presidente da Sobratema.

A diretora de Relações Estratégicas e Desenvolvimento do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, Rejane Fernandes, apresentou o trabalho de mais de dez anos da organização no Brasil e também exaltou a realização do seminário. "Esse evento é muito importante, já que vamos tratar de temas fundamentais para levar as cidades a um rumo de prosperidade e sustentabilidade”, enfatizou.

Os debates do primeiro painel do Seminário Cidades em Movimento, idealizado pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis e pela Sobratema, contaram com a presença do jornalista Luís Artur Nogueira, editor de economia da revista IstoÉ Dinheiro e mediador da discussão, e dos painelistas Filipe de Oliveira Souza, do Departamento de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano do BNDES, Mariana Nascimento Collin, Coordenadora da Plataforma Uraía na UN-Habitat, Descartes de Souza Teixeira, Presidente do Instituto de Tecnologia de Software (ITS), e Gustavo Partezani, Diretor de Desenvolvimento da SPUrbanismo.

A plataforma Uraía, estabelecida como uma colaboração entre o Global Fund for Cities Development e a UN-Habitat, trabalha com governos locais e seus parceiros no apoio à inovação nas gestões públicas locais através da introdução do uso de tecnologias inteligentes (Smart technologies) em três áreas principais: financiamento público, gestão de serviços públicos e infraestrutura e transparência. “A tecnologia pode oferecer um auxílio para as cidades vencerem as muitas demandas diante das dificuldades de financiamento. Além disso, abrir os dados pode gerar uma maior confiança e controle do cidadão em relação às finanças do município”, afirmou Mariana. 

Partezani, por sua vez, falou sobre como funciona a infraestrutura das cidades e os direitos de construir no espaço urbano. “O dinheiro não é a principal questão das cidades, mas o acesso à terra. A forma como a cidade se prepara para boas políticas de mobilidade, o acesso ao solo urbano e a maneira de produzir cidades estão cada vez mais difíceis.” 
 
Atualmente, os recursos destinados à infraestrutura de transporte vêm dos orçamentos municipais e estaduais, mas não são suficientes. O financiamento de projetos para o desenvolvimento das cidades está diretamente ligado ao estudo que se faz sobre elas. "Faz parte da agenda do BNDES fortalecer o setor público, incentivar o planejamento urbano, melhorar o uso do solo, promover parcerias, capacitar o setor público, e promover sustentabilidade financeira. Entendemos que, com esse momento da indústria, a solução é investir em infraestrutura", afirmou o representante do BNDES.
 
Hoje, muitas experiências nas grandes cidades envolvem a interação com algum tipo de tecnologia e os já famosos aplicativos. Cidades inteligentes estão aprendendo a usar esses aplicativos como aliados para melhorar a mobilidade, o uso dos espaços e os serviços oferecidos.  "Como é possível administrar árvores que são plantadas para o bem do meio ambiente, mas que quando ocorre uma tempestade elas causam prejuízos imensos? Será que podemos usar a tecnologia para resolver essa questão? Sim, uma empresa fabrica sensores que avisam com antecedência que o problema deve ocorrer. Esse é apenas um exemplo que já temos para a melhoria da sustentabilidade da cidade”, disse Teixeira.

Confira a matéria completa no site do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.