Publicado em 17 de junho de 2016
"Apesar das dificuldades", diz ele, é possível encontrar diversas
práticas e casos inspiradores que contribuem para torná-las mais inclusivas, eficientes
e sustentáveis. Mesmo em período de crise, a Associação manteve a posição de
realizar o Construction Summit, um evento com palestras e painéis sobre
desenvolvimento urbano e tecnologias para construção, entre quarta-feira e
ontem. O Construction Expo, evento trienal também realizado em São Paulo que na
última edição teve mais de 25 mil metros quadrados de área de exposição e quase
40 mil visitantes, foi adiado para 2017.
"Como neste ano sabemos que o dinheiro está curto, e o investimento, muito
escasso, entendemos que seria uma agressão ao mercado colocar uma feira e
tentar fazer uma exposição para empresas que estão desligando, demitindo
pessoas. Mantivemos o conteúdo porque acreditamos que existe uma retomada e
essa retomada deve acontecer a partir do ano que vem", disse Mamede. Ele
ressaltou ainda que a discussão sobre tecnologias para a construção não pode
parar. "A tecnologia vem a serviço das obras. Só dá para usar a tecnologia
à medida que tem efetivamente obras, que tem investimentos. Mas a expectativa
nossa é que essa nova equipe de governo tenha uma base econômica que traga
segurança para o processo de retomada."
Sustentabilidade
É possível ser sustentável e ganhar dinheiro com isso. É com essa premissa que
Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, convence seus clientes
de projetos de construção sustentáveis. Ferreira, que é também idealizador da
Casa AQUA, uma instituição sem fins lucrativos com foco em disseminação de
conhecimento na construção sustentável, foi um dos palestrantes no Construction
Summit. Durante o evento, o visitante podia visitar um projeto de casa
sustentável em realidade virtual projetada pela Casa AQUA na Casa Cor, em São
Paulo.
"Sustentabilidade é sinônimo de eficiência", definiu. De acordo com
Ferreira, a aplicação de algumas soluções construtivas é capaz de gerar grandes
volumes de economia ao diminuir o desperdício, reduzir gastos com energia e
substituir equipamentos caros por soluções naturais.
Um exemplo é o uso de iluminação natural nas edificações. Em projeto realizado
no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, Ferreira adotou o
vidro, que é capaz de prover ao mesmo tempo conforto térmico e iluminação nos
ambientes. Desta forma, os aparelhos de ar-condicionado foram substituídos por
soluções naturais gerando economia de cerca de R$ 900 mil. O aproveitamento de
água de chuva, sistemas de gotejamento para irrigação e controladores de
pressão nos banheiros também gera economia em escala, que chegou a R$ 317 mil
no projeto em questão. "Em menos de um ano essas soluções se pagam".
Um sistema que recupera o calor do ar-condicionado e o utiliza no sistema de
aquecimento de água tornou a edificação autônoma em água quente, disse ainda o
diretor da Inovatech.
* A jornalista viajou a São Paulo a convite da Sobratema
Mie
Francine Chiba
Reportagem Local
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