Publicado em 17 de junho de 2016
Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
SÃO PAULO – Depois de um interminável jogo
de empurra, as obras das linhas complementares do metrô de Belo Horizonte podem
sair do papel com verba do BNDES por meio do Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI), criada pelo governo interino de Michel Temer. De acordo
com o arquiteto do departamento de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano do banco
público Filipe de Oliveira Souza, o projeto possui perfil necessário para
receber financiamento via PPI, que tem como premissa “reduzir os entraves
burocráticos e o excesso de intervenção do Estado”.
“O primeiro lote já está definido, mas o metrô de Belo Horizonte tem potencial
para entrar no PPI”, afirmou o representante do BNDES durante o Construction
Summit 2016. Segundo Souza, a mobilidade urbana está entre as prioridades do
BNDES.
Ele ressalta que nas cidades mais populosas, como Rio de Janeiro, São Paulo e
Belo Horizonte, as pessoas gastam em média 50 minutos de casa ao trabalho.
“Há quem gaste duas horas ou mais, o que
não pode ser considerado normal”, critica. O principal motivo seria a falta de
integração dos meios de transporte, além da má infraestrutura.
Um estudo do BNDES aponta que seriam necessários R$ 234 bilhões para resolver
os problemas das 15 principais cidades metropolitanas. Entre elas, a capital
mineira. “Belo Horizonte tem uma demanda enorme e baixa capacidade de fluxo.
Cidades de menor porte têm vias melhores”, destaca.
O valor a ser investido para solucionar o problema é alto e não existe prazo
para o investimento. O que se sabe é que o montante a ser aportado pelo BNDES
em infraestrutura social será menor em 2016. Em 2015, cerca de R$ 11 bilhões
foram destinados a ações que melhoram as condições de vida da população. Deste
valor, 70% foram aplicados em mobilidade urbana e saneamento. “Este ano, o
total investido será de 60%, 70% do valor”, diz o arquiteto do BDNES.
Ele ressalta que medidas para integrar municípios, estados e União serão desenvolvidas
pelo banco. “Este tipo de ação fomenta a economia de forma geral e acelera
processos”, garante.
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