Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 21 de junho de 2016

Portal dos Equipamentos - Temer recebe representantes da indústria da construção pesada

Temer recebe representantes da indústria da construção pesada

 
Texto: Santelmo Camilo

O presidente interino, Michel Temer, entre Newton José Cavalieri, representante do Sinicesp na Fiesp (à esquerda) e Silvio Ciampaglia, presidente do Sinicesp (à direita) (Divulgação/ Sinicesp)

O presidente interino, Michel Temer, recebeu dia 8 de junho representantes do setor da construção pesada brasileira, que lhe entregaram um manifesto com ações para a retomada nacional dos investimentos em infraestrutura.
Na ocasião, líderes do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp) afirmaram que, se as obras de grande porte continuarem paradas, a economia continuará patinando quando o Brasil voltar a crescer porque faltará infraestrutura, como energia e transporte.
 
O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Afonso Mamede, explica que é necessária uma profunda transformação no processo de contratação de obras. “O poder público deve realizar a licitação da obra somente após a entrega de um projeto bem estruturado. Isso não ocorria até pouco tempo atrás: era necessário apenas um projeto básico, sem licença ambiental nem segurança jurídica, criando expectativas em relação a custo e cronograma”, revela.
 
MANIFESTO
Entre outros itens, o manifesto entregue a Temer afirma que apenas 2% do PIB são destinados à infraestrutura, enquanto em outros países esse número chega a 7%. Para seus autores, o ano de 2015 foi perdido e, se nada for feito, 2016 será marcado como o pior período de toda a história da construção brasileira.
 
O texto afirma que o Brasil necessita de medidas imediatas para acelerar a retomada dos projetos porque as obras de infraestrutura devem alavancar o crescimento nacional, assim, não podem ter suas realizações vinculadas a ações emergenciais e de contingenciamento.
 
O documento também ressalta que a retração das obras de infraestrutura refletiu na perda de 84 mil vagas: em toda a cadeia da construção 483 mil trabalhadores foram demitidos em 2015, enquanto no estado de São Paulo, 8.300 postos de trabalho foram fechados no setor da construção pesada durante o mesmo período.
 
De acordo com o manifesto, a busca de soluções não pode ser pensada unilateralmente, portanto o governo e o setor empresarial devem estar alinhados no entendimento da gravidade da questão, a fim de buscarem alternativas para minimizar o apagão da infraestrutura nacional.
 
O texto defende o respeito aos contratos, pagamentos em dia, liquidação das atuais pendências, e estabelecimento de valores possíveis para o exercício de 2016, o que permitirá que as empresas tenham um mínimo planejamento financeiro. Disciplinar as interferências nos contratos, estabelecer prazos para recursos, delimitar a atuação dos agentes públicos e evitar trâmites desnecessários são outros pontos essenciais considerados no documento.
 
O manifesto sugere, ainda, a criação de um banco nacional de projetos, que indique obras de infraestrutura relevantes para o país de acordo com critérios técnicos e de cunho social.