Publicado em 08 de junho de 2017 por Mecânica de Comunicação
Afetado pela crise econômica que atinge o país, o setor de locação de equipamentos para construção vive momentos desafiadores. A retração dos investimentos em infraestrutura e a ausência de grandes obras resultaram em uma queda na demanda. Mas os sinais de recuperação dão um alento para o segmento.
Durante debate no 5º Congresso Nacional: Valorização do Rental, realizado no Sobratema Summit, durante a Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos, que termina nesta sexta-feira (9) em são Paulo, o diretor da Spirale Consult, Paulo Esteves, afirma que existe oportunidades na crise. Envolvido em projetos de desenvolvimento de mercado, reestruturação de empresas, startups e consolidação de mercado, Esteves acredita que esse é o momento das empresas se adequarem aos níveis de utilização abaixo de 70%, de diversificar seu portfólio, vencer dificuldades logísticas e se ajustarem ao mercado. “Ao sair da crise, as empresas brasileiras irão demandar mais por locação de máquinas pois sairão menores do que entrarem e com suas frotas defasadas”, acredita.
O evento, realizado pela Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Máquinas, Equipamentos e Ferramentas), busca novos caminhos para fortalecimento do mercado de locação. “O setor teve um crescimento sem precedentes entre 2008 e 2014 com a alta da demanda devido às obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dos investimentos em óleo e gás, da Copa da Fifa, das Olimpíadas e dos projetos de mobilidade urbana”, lembra Esteves.
Mas a situação sofreu um revés nos últimos dois anos e enfrentam problemas operacionais, com poucas perspectivas de aumento de demanda a curto prazo devido às incertezas econômicas e políticas. “Existe outro fator que é o mercado hoje ter obras de pequeno porte, de reformas, com os investimentos grandes sendo adiados. Isso mudou o perfil da demanda que pede máquinas menores, enquanto as locadoras detém frotas de máquinas grandes”, explica Esteves.
Para Marco Aurélio, vice presidente da Analoc, o quadro atual exige mudanças na gestão das empresas, com busca de novos mercados, e da aproximação dos concorrentes para a troca de informações, compartilhamento de estoques e otimização de custos no setor. “No momento de crise, a união é o que importa”, disse durante palestra. “É preciso também ter em mente que as empresas estão trabalhando com rentabilidade negativa e lutam para conseguir lucratividade.” Para Aurélio é o momento de passar pente fino nos negócios e identificar onde é possível cortar para reduzir os custos. “Fazer um plano de contingência que assegure a lucratividade e possibilite ter rentabilidade ao longo tempo”.
Já o presidente da Sobratema, Afonso Mamede, se mostrou um pouco mais otimista. Na sua opinião, o país está em uma situação melhor que há um ano, embora ainda longe do ideal. “No ano passado, vivíamos uma esculhambação econômica e turbulências políticas. Hoje, as turbulências políticas continuam, mas vimos mudanças importantes na economia. “Temos um longo caminho de recuperação, mas já é possível perceber que ela virá, mas para isso, temos que buscar a união e o fortalecimento do setor”.
A Semana das Tecnologias Integradas acontece no São Paulo Expo e conta com os principais eventos dos setores da construção, do meio ambiente e de equipamentos: BW Expo 2017 – Feira de Serviços e Tecnologias para Gestão Sustentável de Água, Resíduos, Ar e Energia, Construction Expo 2017 – Feira de Edificações e Obras de Infraestrutura – Serviços, Materiais e Equipamentos, M&T Peças e Serviços 2017 – Feira e Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração.
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