Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 04 de dezembro de 2019

Massa Cinzenta - Venda de máquinas para a construção confirma retomada

Venda de máquinas para a construção confirma retomada

Destaque para caminhões-betoneira, que cresceram 169%, e equipamentos para concretagem, com elevação de 77%


Eurimilson Daniel e Brian Nicholson, da Sobratema: expectativa é de que crescimento se mantenha em 2020 e seja consolidado em 2021. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Eurimilson Daniel e Brian Nicholson, da Sobratema: expectativa é de que crescimento se mantenha em 2020 e seja consolidado em 2021.
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

O mercado de equipamentos para a construção civil confirma a retomada de crescimento do setor. Na média, em 2019, o segmento consolida alta de 37% na venda de máquinas, em comparação a 2018. Algumas categorias registram elevação mais exuberante. Como a de caminhões-betoneira, que obteve aumento de 169% nas vendas. Equipamentos para concretagem também contemplam dados positivos, cujas vendas cresceram 77% em 2019. Os dados são do Estudo do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, coordenado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Outros segmentos relacionados ao de máquinas para a construção civil também demonstram crescimento nas vendas. Uma das mais importantes, a Linha Amarela – movimentação de terra -, fecha 2019 com elevação de 31%. Foram comercializadas 16,6 mil unidades contra 12,7 mil no ano anterior. Nessa categoria, destacam-se as retroescavadeiras, com alta de 57%. Já as escavadeiras hidráulicas subiram 34% e as miniescavadeiras e minicarregadeiras alcançaram percentuais de crescimento de 86% e 48%, respectivamente. “Esse é um sinal de que o setor da construção está se preparando para as obras de infraestrutura, que devem destravar em 2020”, estima Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.

Outro dado coletado na pesquisa também confirma essa tendência. Entre os fabricantes de equipamentos, 61% afirmaram ter aumentado o quadro de funcionários em 2019. O percentual é o oposto da perspectiva de 2018, quando 57% disseram que tinham a pretensão de demitir. “Existem dois pontos de vista sobre esses números. O primeiro é que talvez, em 2018, as empresas tenham subestimado o cenário para 2019. O segundo demonstra a capacidade de recuperação da economia brasileira quando começam a ser tomadas medidas para destravar o mercado”, explica o jornalista e economista Brian Nicholson, responsável pelo levantamento.

Para 2020 e 2021, expectativa é de consolidação do crescimento  

O estudo também detecta que as vendas de caminhões-rodoviários cresceram 41% este ano. Já a categoria “demais equipamentos”, que contempla guindastes, compressores portáteis, manipuladores telescópicos e plataformas aéreas, experimentou elevação média de 70% em 2019. “Além de coletar dados junto aos fabricantes, consideramos dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários)”, diz Brian Nicholson, sobre a metodologia da pesquisa.

Para 2020, o Estudo do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima aumento de vendas da ordem de 10% no segmento de máquinas da Linha Amarela e de 13% para todo o setor de equipamentos para construção, na comparação a 2019. Essa foi a 14ª edição da pesquisa, a qual detecta que, apesar da retomada do crescimento, os números ainda são 64,13% menores do que o recorde histórico de vendas, atingido em 2011. Naquele ano, foram negociadas 83.545 unidades. O bom desempenho se repetiu em 2012 e 2013, para daí começar uma queda vertiginosa até 2017. Houve recuperação pequena em 2018, confirmada em 2019, e que o setor avalia que atingirá seu ponto de consolidação em 2021.