Publicado em 19 de dezembro de 2019 por Mecânica de Comunicação
No dia 18 de novembro, entidades dos setores de máquinas, equipamentos e ferramentas se reuniram com o Centro Integrado de Comando e Controle SP (CICC-SP) para debater sobre roubo e estelionato nesses segmentos. A ação é uma iniciativa da Sobratema, Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas), Apelmat (Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem, Ar Comprimido, Hidráulico e Equipamentos de Construção Civil), Alec (Associação dos Locadores de Equipamentos para a Construção Civil) e Abrasfe (Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso).
A reunião, coordenada pelo General de Brigada R/1 Carlos Sérgio Camara Saú, coordenador-geral do CICC-SP, contou com as presenças de Marcos de Paula Barreto, tenente coronel da Polícia Militar e coordenador-adjunto do CICC-SP, da equipe de investigadores e o delegado titular do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e de representantes da polícia rodoviária. Pelas entidades, estiveram presentes Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema e secretário da Analoc, Carlos Alberto Laurito, diretor de Relações Institucionais da Sobratema, Flávio Figueiredo Filho, presidente da Apelmat, e Marcio da Fonseca, gerente da Alec.
Os representantes da polícia fizeram uma apresentação sobre o trabalho feito por eles para combater o roubo e o estelionato no setor. Contudo, o General Saú informou sobre a dificuldade de se ter os registros do boletim de ocorrência, porque as máquinas não têm documentos, como por exemplo, os carros, que possuem placas. Assim, existe um desafio para identificação desse tipo de crime porque ele acaba sendo igual a um roubo de outros objetos, que não possuem documentos. Na apresentação, foram mostrados números de roubos de máquinas agrícolas, que contabilizaram 280 ocorrências.
Por parte das entidades Daniel trouxe informações que complementaram a apresentação da polícia: o mercado nacional de máquinas pesadas gira em torno de 604 mil, enquanto que o setor de locação conta com mais de 15 mil empresas, incluindo linha leve, linha amarela e plataformas/guindastes. “O locador é mais vulnerável a ação do roubo porque ele coloca máquinas em diversos lugares do país”, explicou.
Daniel ressaltou que o Estado de São Paulo representa cerca de 30% do total do que é vendido de máquinas da linha amarela no país. “Contudo, é preciso destacar que esses equipamentos são usados em obras em outros lugares do país, como foi o caso da obra da Transnordestina, que à época chegou a ter quase 1500 máquinas em funcionamento”.
Durante a reunião, o vice-presidente da Sobratema expôs o que as empresas e as entidades estão fazendo para combater esses dois crimes – roubo e estelionato -, como por exemplo, a análise do cliente, do local e da região. “Por causa da incidência de roubo, há locais em que a seguradora não quer mais fazer o seguro dessas máquinas”, avaliou. Outras ações feitas são: identificação visual e personalização das máquinas, monitoramento e rastreamento, além do seguro, sendo que neste último, há uma série de restrições.
No caso das seguradoras, Daniel mostrou que, em um ano, o valor das indenizações chegou a R$ 380 milhões. “Se considerarmos o valor médio das máquinas novas, seminovas e usadas, estamos falando de mais de 1500 máquinas roubadas”, calculou o vice-presidente da Sobratema.
Sobre as expectativas de como o poder público poderia atuar de forma ainda mais robusta para combater a criminalidade do setor, as entidades sugeriram: um departamento ou delegacia especializada no tema, um apoio ainda maior da polícia civil, militar e rodoviária, um mecanismo de fiscalização mais abrangente, controle maior de fronteiras interestaduais com integração desses dados e uma maior capacidade de investigação para punição dessas quadrilhas especializadas. “Uma rota utilizada pelo crime organizado é o que leva as máquinas para os garimpos”, acrescentou Daniel, que afirmou que atuação da polícia é muito importante na construção dos pilares de nossa sociedade.
Por fim, na avaliação de Daniel, esse trabalho precisa ser realizado em conjunto, o que significa que não depende apenas da polícia. “Teremos que chamar outros agentes que possam contribuir para a diminuição da atuação dessas quadrilhas especializadas. Certamente, será um trabalho de longo prazo.
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