Publicado em 20 de agosto de 2020 por Mecânica de Comunicação
O novo marco legal do saneamento pode ser o indutor da transformação do segmento no Brasil, uma vez que abre oportunidades para empresas privadas atuarem na coleta e tratamento de esgoto e no fornecimento de água tratada à população, com a finalidade de garantir o atendimento de 99% da população com água potável e de 90%, com tratamento e coleta de esgoto até 2033.
“O prazo é curto, por isso, provavelmente, não será possível atende-lo. Mas certamente haverá avanços até o período estipulado”, disse Ana Luiza Fávaro, Sócia fundadora da Acqua Expert Engenharia Ambiental e curadora do Núcleo Temático Conservação de Recursos Hídricos da BW Expo, Summit e Digital 2020, durante BW LIVE: Saneamento em Debate, transmitido pelo perfil @bwexpo no Instagram, no dia 19 de agosto.
De acordo com Ana Luiza, há muita coisa a ser feita no segmento, porque, segunwedo dados do Instituto Trata Brasil, pelo menos 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta e tratamento de esgoto. “O esgoto sem tratamento lançado nos corpos hídricos pode provocar uma série de doenças nas pessoas”.
A legislação, na avaliação da curadora da BW, representa uma oportunidade não apenas de investimentos, mas também de empregos no setor. “Nos próximos dois ou três anos, pode haver uma procura grande por profissionais da área do meio ambiente”, comentou. Além disso, a seu ver, empresas estrangeiras devem começar a atuar mais fortemente no país, porque não existe, hoje, uma quantidade suficiente de companhias brasileiras para atender todos os projetos necessários para chegar à universalização dos serviços.
Outras questões foram trazidas pela apresentadora Gabriela Ramos, do Comitê Organizador da BW 2020, como por exemplo, o novo coronavírus encontrado nos esgotos, o trabalho realizado por Ana Luiza em estações de tratamento e o papel da sociedade para melhoria do saneamento.
“Conhecemos muito pouco sobre o vírus, mas o que se sabe é que ele é transmitido por aerossóis. E, na estação de tratamento de esgoto, há o sistema de aeração que levanta muitos aerossóis. Como resultado, se o operador ficar sem máscara, não usar jaleco ou luva, a chance dele se contaminar é muito alta”, ponderou a bióloga.
Sobre a sociedade, ela enfatizou a importância de se haver uma maior questionamento e envolvimento das pessoas sobre o saneamento, realizando cobranças aos órgãos públicos. No caso de sua atividade, comentou que há uma falta de treinamento no setor, o que pode influenciar na qualidade do esgoto tratado. “É importante capacitar as pessoas com um olhar para os microrganismos”, disse.
Curadoria
Durante a BW Live, Gabriela Ramos também questionou Ana Luiza sobre o que o público pode esperar de sua curadoria no evento digital, que ocorrerá entre os dias 17 e 19 de novembro.
Ela adiantou que os participantes da BW 2020 terão a chance de receber informações sobre as tecnologias para tratamento de esgoto e como elas estão disponíveis no país. Ademais, Ana Luiza também vai trazer questões ligadas ao monitoramento ambiental a fim de que as empresas e profissionais possam utilizar essas ferramentas para melhorar sua gestão nesse quesito. Por fim, a gestão da água será tratada com grande amplitude, por meio de cases de países bem-sucedidos na área.
Além do Conservação de Recursos Hídricos, a BW 2020 conta ainda com outros núcleos: Agronegócio Sustentável, Construção Sustentável, Economia Circular, Reciclagem de Resíduos na Construção, Transformação Energética – Hidrogênio, Valorização de Áreas Degradadas e Waste-to-Energy. Esses Núcleos tem o objetivo de conectar redes específicas, compartilhar conhecimento e ampliar as conexões das empresas e profissionais, gerando sinergias e oportunidades de negócio para todos.
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