Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 03 de dezembro de 2020

Massa Cinzenta - Venda de máquinas para a construção cresce 14% em 2020

Estudo do mercado de equipamentos mostra que houve comercialização de 950 caminhões-betoneira neste ano

3 de dezembro de 2020

Venda de caminhões-betoneira novos teve expansão de 41,79% em 2020, na comparação com 2019 Crédito: Volvo

Venda de caminhões-betoneira novos teve expansão de 41,79% em 2020, na comparação com 2019
Crédito: Volvo

Números apresentados recentemente na 15ª edição do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção revelam que a venda de máquinas para o setor vai fechar 2020 com aumento de 14,30%. O percentual é em comparação com o volume de negócios de 2019. No ano passado, foram comercializados 26.943 equipamentos, enquanto neste ano as negociações atingiram 30.798.

Entre as máquinas mais utilizadas nos canteiros de obras, os destaques em venda em 2020 – até a conclusão do levantamento – foram guindastes, que saíram de 4 unidades em 2019 para 8 unidades neste ano, e caminhões-betoneira, que cresceram de 670 para 950 – expansão de 41,79%. Na avaliação dos especialistas que compuseram o estudo coordenado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) dois fatores estimularam esse crescimento.

O primeiro foi o impulso que a construção imobiliária teve em 2020 e o segundo o movimento que o setor está fazendo no sentido de utilizar tecnologias alinhadas com a construção industrializada. O aumento no volume de vendas de caminhões-betoneira significa também maior consumo de concreto dosado em central. Da mesma forma, guindastes em obras imobiliárias indicam que o empreendimento utiliza elementos que precisam ser içados, como estruturas pré-fabricadas ou pré-moldadas de concreto.

O desempenho de máquinas para a construção civil poderia ser melhor se a compra de equipamentos importados não tivesse registrado uma retração em função da forte desvalorização do real frente ao dólar neste ano. A moeda nacional perdeu praticamente 40% de seu valor de compra e impactou em queda de 11% no mercado de máquinas como plataformas aéreas e manipuladores telescópicos – também bastante usadas na montagem de elementos pré-fabricados de concreto.

Crescimento estimado para 2021 é maior que o de 2020, e pode chegar a 25%

Para o próximo ano, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima aumento de 25% para todo o setor de equipamentos para construção. O crescimento continuará puxado pela linha amarela, formada principalmente por tratores, retroescavadeiras, pás-carregadeiras e rolos-compressores, entre outras máquinas para movimentação de terra. Porém, o segmento de máquinas exclusivas para a construção civil terá uma fatia maior no volume de vendas, e pode chegar a 16%. Em 2020, a linha amarela cresceu 22% na comparação com 2019.

Esse cenário otimista está relacionado à aposta de que, finalmente, as obras de infraestrutura devem deslanchar no ano que vem. A expectativa é que o Brasil conseguirá viabilizar as concessões de rodoviasportos e aeroportos, além de destravar as 5 mil obras herdadas de governos anteriores e que continuam paralisadas. “O setor privado está investindo atualmente no setor. Mas a infraestrutura depende também do investimento público, que passa por uma série de dificuldades no atual cenário político-econômico. Então, uma saída é o investimento estrangeiro. Só que existe uma condicional importante, que é a garantia de segurança jurídica”, diz Afonso Mamede, presidente da Sobratema.

Diante da possibilidade da construção imobiliária seguir em alta em 2021, e com as perspectivas de que as obras de infraestrutura finalmente sairão do papel, o setor da construção civil revela confiança. Segundo o estudo, 67% das construtoras e locadoras de equipamentos estão otimistas com a economia brasileira para 2021. Já 70% acreditam que o setor continuará em crescimento, enquanto 86% dos empresários se mostram confiantes com o desempenho de suas empresas para o ano que vem.