Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 24 de setembro de 2021 por Mecânica de Comunicação

Uso de tecnologias propicia mais produtividade, conservação ambiental e crescimento na produção de agregados

A produção de agregados para construção deve crescer neste ano cerca de 9% em relação a 2020, alcançando 659 milhões toneladas. Para 2022, a projeção da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac) é de uma nova expansão, da ordem de 5%. Segundo Fernando Valverde, presidente executivo da entidade, o setor tem conseguido reverter a queda histórica de aproximadamente 33% entre 2013 a 2017.

Durante o Webinar Sobratema Atualidades no Setor de Agregados para a Construção, promovido virtualmente Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 23 de setembro, Valverde comentou que o mercado tem focado no aumento da produtividade; na aplicação de novas tecnologias, como a separação via seca de ultrafinos de britagem de rochas ígneas, automação de usinas de beneficiamento e nos equipamentos autônomos nas lavras; e no desenvolvimento de novas soluções para rejeitos de produção e para a gestão de resíduos.

Especificamente sobre a área de peneiramento, Benito Bottino, sócio-proprietário da Minério Telas e diretor técnico da Sobratema, afirmou que o aumento da demanda por agregados miúdos (granulanometria menor que 14mm) evidenciou a necessidade de maior eficiência nesse processo. Atualmente, os agregados miúdos representam entre 60% e 70% do que é produzido e comercializado pelas pedreiras.

Para atender essa demanda, um ponto fundamental é a tela. “Quanto maior a área aberta ofertada pela tela, mais eficiente é o peneiramento, resultando em um produto com mais qualidade”, destaca Bottino. A área aberta é, de forma simplificada, a quantidade de buracos de em toda a área do acessório. De acordo com um case apresentado por ele, uma troca no fio da tela de 4,1 mm para 1,4 mm proporcionou um aumento da produção de areia entre 20% e 25%, além de eliminar as interrupções por sobrecarga no britador. Contudo, a durabilidade foi 20% menor.

Sobre esse tema, Bottino avaliou que a comparação da durabilidade deve ser baseada no cálculo do custo da tela por tonelada produzida, e não da forma simplificada de duração de tempo. “Estamos falando de centavos, por isso não há razão para um peneiramento ineficiente, uma vez que o cliente busca uma curva granulométrica estável e com pouca contaminação”, pontuou.

Na área de britagem, Everson Cremonese, diretor de Vendas na área de agregados da Metso, trouxe no Webinar Sobratema Atualidades no Setor de Agregados para a Construção, uma série de tecnologias que contribuem para o aumento de produtividade e segurança, redução de custos e atendimento às questões ambientais, como o InPit Crushing, que realiza a britagem primária dentro da rocha, por meio de um equipamento móvel ou fixo; e o carregamento autônomo de caminhões, que reduz consideravelmente o tempo de carregamento.

Já o Vision Rock informa a granulometria do material após a britagem, a fim de ajustar as medidas e customizar as misturas finais do produto de acordo com a demanda do cliente. Esse sistema é integrado aos britadores com capacidade de receber essas informações para realizar o autoajuste, trazendo alta produtividade na operação.

Cremonese falou ainda das plantas autônomas, com central de monitoramento à distância, e o smart glass, equipamento que permite realizar o atendimento online de manutenção, diminuindo custos, aumentando ganhos de produção, uma vez que há o retorno rápido do equipamento ao processo produtivo.

“Uma operação eficiente de desmonte é aquela que atenda a necessidade do cliente”, avaliou Ricardo Silva, gerente Comercial da AECI World, no Webinar Sobratema, que acrescentou que é importante aplicar tecnologias e aferir informações para aprimorar o plano de fogo. “Podemos projetar nos softwares como será a formação da pilha, o potencial produzido de material, a fragmentação da unidade de britagem”.

Contudo, ele ponderou que, além da análise das informações, é preciso dar feedback ao software, voltando, dessa forma, ao desenho para ajustar o plano de fogo às condições daquele trabalho, a fim de alcançar os objetivos de produtividade e segurança.

A seu ver, as novas tecnologias precisam ser avaliadas no ciclo completo de desmonte, pois aparentemente o custo pode ser maior por unidade ou quilo, mas os benefícios finais podem ser maiores, com a redução do número de perfurações, menor consumo de energia na britagem, diminuição do consumo de combustível no transporte e menor custo logístico.

O Webinar Sobratema Atualidades no Setor de Agregados para a Construção foi aberto por Afonso Mamede, presidente da Sobratema, seguido pela mensagem de Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil, e contou com o patrocínio da Komatsu, Máquina Solo, Metso:Outotec, SDLG e Usicontrol. Para rever o evento, acesse o Canal da Sobratema no YouTube.