Publicado em 04 de julho de 2022 por Mecânica de Comunicação
A indústria tem atravessado momentos importantes ao longo de sua trajetória desde a primeira Revolução Industrial. Atualmente, o setor passa por uma grande ruptura, cuja próxima década poderá impactar expressivamente os negócios, de acordo com a decisão que será tomada no presente.
"É uma mudança de era. A indústria está correndo uma maratona de transformação e precisa ser a protagonista de sua própria mudança. Por isso, o questionamento mais frequente é como tomar uma decisão agora, a fim de criar o futuro que se deseja", ponderou o especialista em inovação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Luís Gustavo Delmont, durante o BW Talks O Futuro da Indústria: Transformação ou Colapso, promovido no dia 30 de junho.
Nesse cenário, o SENAI desenvolveu, em parceria com o Institute For The Future (IFTF), o relatório “O Futuro da Indústria Brasileira - Perspectivas para 2030”, que traz um conjunto de prognósticos para estimular o pensamento estratégico de longo prazo na indústria. Entre os cinco motores de mudança estão: política, economia, social, tecnologia e ambiental.
De acordo com Delmont, ao enxergar os cenários nesses cinco quesitos, abrem-se oportunidades e possibilidades para planejar o futuro. A seu ver, não há certeza de que os prognósticos irão se concretizar, mas é necessário estar preparado, caso eles se tornem uma realidade. Por isso, ele ressaltou a importância de haver uma convergência entre os atores da indústria em seus mais diversos segmentos, a fim de se manter produtivo e competitivo.
Especificamente sobre a questão ambiental, os fatores estão relacionados ao aquecimento global rápido; a descarbonização e a diminuição do acesso aos recursos naturais. "A transição energética está sendo um tema bastante debatido para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis e ampliar o uso de fontes renováveis, assim como a necessidade de aumentar a produtividade para reduzir o uso de água", disse Delmont.
Durante o evento online do Movimento BW, iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), o especialista do SENAI afirmou que o aquecimento global tem sido responsável pela migração de pessoas e até pelo desaparecimento de cidades. Na Califórnia (Estados Unidos), por exemplo, devido às queimadas que se intensificaram, as seguradoras estão encerrando contratos de seguro residencial, o que transforma as cidades em locais fantasma, já que as pessoas migram para outras regiões.
Quanto à convergência entre a tecnologia e o meio ambiente, ele citou dois cases: a Fertisystem desenvolveu um dosador de fertilizante 4.0, que ao ser acoplado a uma plantadeira, faz a medição da quantidade de fertilizante necessária naquele local, o que gera uma economia entre 15% e 20% no uso do insumo; e a Bella Modas, que desenvolveu um mecanismo que desfibra as roupas de poliésteres para serem colocadas em uma extrusora, que transforma esse material em pallets de plástico, podendo ser reutilizados em diversas áreas, incluindo a transformação em novo tecido.
O SENAI conta com 26 institutos de inovação, onde trabalham 1 mil pesquisadores. Já foram investidos mais R$ 3 bilhões em pesquisas aplicadas com a indústria em mais de 1300 projetos.
O BW Talks O Futuro da Indústria: Transformação ou Colapso está disponível no site oficial do Movimento BW.
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