Associação Brasileira de Tecnologia
para Construção e Mineração

Publicado em 02 de abril de 2022

Usinagem Brasil - Setor de máquinas pesadas mantém ritmo de alta em 2022

SETOR DE MÁQUINAS PESADAS MANTÉM RITMO DE ALTA EM 2022

(03/04/2022) – Os negócios com máquinas agrícolas e máquinas rodoviárias e de construção civil iniciaram o ano de 2022 mantendo o forte ritmo de crescimento verificado no ano passado. Tanto no mercado doméstico quanto nas exportações.

No que se refere a máquinas agrícolas, as vendas cresceram 9,47% no primeiro bimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a produção subiu 10,2%.

As exportações deram um salto neste início de 2022, com alta de 63% sobre o primeiro bimestre de 2021. Prova de que os negócios estão realmente aquecidos também houve incremento nas importações no período: 48,5%.

De certa maneira, estes números são surpreendentes. Para 2022, após dois anos de forte crescimento, a Abimaq previa um índice de crescimento menor, na casa dos 5%.

“Nossa base de comparação é bem alta. Estamos vindo de crescimentos de 17% em 2020 e de 42% em 2021”, comenta Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. “Se fechássemos este ano próximo ao registrado em 2021 já estaria ótimo, mas o volume de negócios se mantém e está excepcional”.

O executivo observa que, apesar das dificuldades trazidas pela guerra na Ucrânia e a possível escassez de fertilizantes, não se percebeu alteração no movimento de compras de máquinas agrícolas pelos os agricultores, que seguem se beneficiando com a elevação dos preços das commodities.

Máquinas Rodoviárias e de Construção – Já as vendas de máquinas rodoviárias e de construção, a chamada Linha Amarela, atingiram aumento de 17,9% no primeiro bimestre. Enquanto isso, a produção cresceu 24,9%, também em comparação a janeiro/fevereiro de 2021.

Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, confirma que os resultados nesse início de ano superaram os do mesmo período de 2021. Lembra, porém, que devido à falta de componentes, estão se formando filas de espera para a compra de máquinas da linha amarela, de até nove meses dependendo do modelo. Fator que, associado ao aumento da taxa de juros e do preço dos equipamentos, pode afetar o desempenho do setor.

O segmento também registrou aumento nas vendas para o mercado externo. No período, as exportações cresceram 18,7%. Por outro lado, as importações também cresceram e num volume bem superior, de 58,4%, ainda que tivessem registrado queda em janeiro, de – 27,7%.

Daniel explica que existe uma tendência de aumento tanto das importações quanto das exportações. Isto porque a maioria dos fabricantes, em grande parte multinacionais com fábricas distribuídas em muitos países, tem optado por concentrar a produção de algumas linhas em determinados países. Assim, por exemplo, a fábrica da Índia faz basicamente escavadeiras, enquanto a fábrica na Austrália só produz pá carregadeira. “Isto leva a um intercâmbio maior entre as unidades de cada fabricante”, diz, citando que nos últimos quatro anos as importações cresceram respectivamente, 25%, 35%, 39% e 35%.

CARRO-CHEFE – Para a Abimaq, esses dois segmentos devem ser o carros-chefes do setor em 2022. “O primeiro que segue se beneficiando do aumento do preço internacional das commodities (apesar da recente queda do valor do dólar) e o segundo porque as obras de infraestrutura, que aqueceram as vendas no ano passado, seguem em andamento. Além disso, como o país está em um ano eleitoral, a tendência é de aumento na demanda, inclusive para a entrega das obras”, diz Cristina Zanella, diretora de Economia e Competitividade da Abimaq.

De acordo com Cristina, é cedo para alterar as previsões da entidade feitas no final do ano passado. Assim, no caso das máquinas agrícolas, a expectativa é de aumento de 5% nos negócios, enquanto para as máquinas rodoviárias e de construção a alta deve ser de 15%.