Publicado em 30 de setembro de 2022 por Mecânica de Comunicação
A união de esforços e o trabalho em conjunto entre fabricantes e usuários de equipamentos para construção, seguradoras e órgãos públicos de segurança são fundamentais para coibir o roubo e furto de máquinas.
“A participação do Estado é muito importante para dar dignidade ao nosso mercado. Em outubro, entrará em vigor o Renagro (Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas), que cria uma base de dados com informações dos veículos agrícolas em nível nacional, o que vai contribuir com a coordenação da polícia para identificar se as máquinas são ou não roubadas. Nós estamos trabalhando para incluir as máquinas de linha amarela (movimentação de terra) nesse programa”, afirmou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), durante o Webinar Sobratema Sistemas de Segurança, no dia 29 de setembro.
Segundo Daniel, uma documentação específica para as máquinas de linha amarela é importante para que o Estado consiga fiscalizar melhorar, além de aprimorar a relação do setor com as seguradoras, no sentido de diminuir o preço do seguro e ofertar modalidades mais atrativas para as locadoras, construtoras e mineradoras.
Nesse sentido, Marcelo Luz, sócio-diretor da Restart Corretora de Seguros, mostrou que o segmentos de máquinas para construção possui uma sinistralidade elevada, em média de 48%, sendo que o risco de roubo e furto de equipamentos representa em torno de 38% dessa carteira. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), de janeiro a julho deste ano, a apólice de riscos diversos, que inclui a área de construção, chegou a R$ 2,3 bilhões. Somente as seguradoras que possuem foco em equipamentos para construção tiveram a emissão em torno de R$ 1,2 bilhão em prêmios arrecadados. “Por conta dessa situação, existem seguradoras que não fazem mais apólices para retroescavadeiras”, pontuou.
De acordo com Luiz Carlos Monteli, diretor da Monteli Seguros, as seguradoras precisam participar dessa discussão para ajudar a encontrar uma solução para a alta sinistralidade no setor. Para ele, quando se há prevenção, é possível diminuir o valor do seguro, como por exemplo, a inclusão de sistemas de rastreamento de fábrica incorporados às máquinas. “As seguradoras reconhecem isso como benefício e podem diminuir as taxas”.
Sobre esse tema, Vanderlei Zermiani, coordenador Comercial da Sitech, lembrou que a tecnologia embarcada em um equipamento faz a autenticação em tempo real para o centro de monitoramento do cliente. “Se a máquina for objeto de furto ou roubo, na hora em que for dada a partida, alguma frequência vai ser emitida, o que possibilita coletar esse resquício para identificar sua última localização”.
Na área da segurança pública, o delegado Waldomiro Milanesi, coordenador do Programa de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto, Roubo, Apropriação Indébita e Receptação de Carga (PROCARGA) da Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP, avaliou que a união entre o público e o privado é importante para combater a criminalidade e comentou que as reuniões com o setor de máquinas para construção são fundamentais para levar conhecimento à polícia sobre a atividade. “O contato com os representantes setoriais é essencial para nos auxiliar e para nos subsidiar de informações”, pontuou.
Ele mostrou que o roubo de cargas no Estado de São Paulo vem diminuindo desde 2017. No primeiro semestre de 2022 teve uma redução de 40% em relação ao primeiro semestre de daquele ano, passando de 5417 ocorrências para 3243 ocorrências. Ano passado, o número de ocorrências chegou a 6.529 contra 10.584 em 2017, o que significa uma diminuição de 38%.
Antonio Rebouças de França Filho, CEO da Meta Soluções de Segurança, falou como os sistemas de rastreabilidade e soluções para conferir a autenticidade dos ativos ampliam a segurança na área de construção e mineração. “A indústria pode fazer a rastreabilidade unitária para apoiar as ações da polícia no enfrentamento do roubo e furto no canteiro de obras”, disse o especialista, que acrescentou que ter uma solução integrada melhora o controle dos ativos, gerando informações em toda a cadeia para autenticar a legalidade e qualidade dos produtos, prevenindo perdas tanto de materiais quanto de processo e gerando transparência, ao mesmo tempo em que dificulta a ação de grupos organizados.
Mediado por Vagner Barbosa, o Webinar Sobratema Sistemas de Segurança teve a saudação do engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema e a mensagem de Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil, e contou com o patrocínio da Komatsu e Volvo, e o apoio do Movimento BW, da M&T Expo e da Smart.Con.
O evento está disponível no Canal da Sobratema no YouTube.
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