Publicado em 07 de outubro de 2022
07/10/2022 às 15:16
Henry Milleo/Arquivo BP
A arborização nas cidades traz inúmeros benefícios, como o sombreamento, a diminuição da temperatura, a redução da temperatura da superfície do asfalto, o equilíbrio do microclima, a retenção da poluição do ar, e a contribuição para melhorar o ciclo hidrológico em ambiente urbano.
“A vegetação urbana, de forma delicada, proporciona qualidade de vida para as pessoas nas cidades”, pontuou Giuliana Del Nero Velasco, pesquisadora da unidade de Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), durante o BW Talks Democracia Verde: Florestas Urbanas e Qualidade de Vida nas Cidades, promovido no dia 6 de outubro.
Segundo a pesquisadora, é um desafio lidar com a natureza na cidade, ainda mais em grandes centros urbanos, que possuem diversos problemas e que direcionam poucos recursos para a arborização. Contudo, a seu ver, é importante priorizar as florestas urbanas e enxergar o tema como uma necessidade básica, que se reverte em bens econômicos, uma vez que a vegetação colabora com a saúde da sociedade local.
O termo florestas urbanas já é comumente utilizado fora do Brasil e abrange desde áreas particulares até territórios maiores, como grandes parques públicos e avenidas. Nesse sentido, as calçadas são importantes e podem ser a principal ligação das pessoas com a natureza, principalmente para aquelas que não têm parques próximos de sua residência, por exemplo. “É urgente se ter um viário descente com árvores. Por isso, a necessidade de se ter uma política pública voltada para essa tema”, ponderou Giuliana.
Nesse sentido, ela contou no evento online do Movimento BW, iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), que está em tramitação na Câmara Federal a Política Nacional de Arborização Urbana (PNAU) e que os municípios têm avançado nessa área, por meio dos Planos Diretores Municipais, a fim de ter regras mais claras, boas práticas de plantio, manejo, manutenção e cuidado. Também o engajamento da sociedade, com a formação de coletivos para o plantio e manutenção da vegetação nas cidades, tem sido um destaque positivo.
Outro ponto tratado no BW Talks foi a importância do cuidado com o manejo e a manutenção dessas árvores. “Não conseguimos cuidar delas se não soubermos como ela está”, explicou Giuliana. Foram catalogadas cerca de 650 mil árvores no viário de São Paulo, mas ainda não há um inventário qualitativo, a fim de se realizar uma manutenção preventiva de acordo com cada situação. Em sua avaliação, há ainda uma desigualdade no plantio, pois há uma dificuldade para realizar a arborização nas periferias, enquanto em áreas nobres, a prática está consolidada.
Desse modo, o caminho para um contingente maior de áreas de florestas urbanas passa pela educação, que fornecerá informações, dando condições para uma gestão participava no cuidado da vegetação. Um exemplo disso foram as oficinas realizadas pelo IPT no CEU Três Pontes na Zona Leste (SP), com o objetivo de despertar o interesse das crianças para a arborização urbana. O Guia “Ideias para Ensinar Plantando”, com o resumo das oficinas, pode ser acessado neste link.
O BW Talks Democracia Verde: Florestas Urbanas e Qualidade de Vida nas Cidades está disponível no site oficial do Movimento BW.
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