Publicado em 22 de maio de 2023
Inteligência artificial no Brasil tem potencial para adicionar US$ 432 bilhões até 2035
A inteligência artificial (IA) está sendo aplicada em diversos segmentos da economia, agregando valor às empresas
Esses sistemas inteligentes capazes de utilizar e analisar dados para resolver problemas, aprender com as próprias atividades e tomar decisões quando assumem papel de gerenciamento evoluem de forma crescente.
No Brasil, a IA pode adicionar US$ 432 bilhões de Valor Agregado Bruto (VAB) até 2035, gerando oportunidades para a área de infraestrutura, incluindo áreas como planejamento, otimização de layout e espaço, eficiência de materiais e serviços, redução de perdas e desperdícios, simulação e análise de custos e o monitoramento contínuo das atividades.
Participantes do Webinar Sobratema: Em cima: João Carlos Orzzi (Conexig) e Leandro Moura (Manitowoc). Parte de baixo: Wilson Gavião Neto (Instituto SENAI de Inovação) e Vagner Barbosa (moderador)
“A empresas estão usando uma quantidade maior de dados (big data), para interagir e transformar os dados para tomar decisões (data analytics), através de construção de códigos ou formas específicas (algoritmos), que ajudam na resolução de desafios, enquanto os sistemas aprendem com as tarefas executadas (machine learning)”, explicou João Carlos Orzzi Lucas, sócio diretor GRC y cyber law, da consultoria Conexig, durante o Webinar Sobratema Inteligência Artificial e Metaverso no mundo da infraestrutura, realizado no dia 18 de maio.
Segundo Wilson Gavião Neto, cientista de dados do Instituto SENAI de Inovação, a inteligência artificial não existe sozinha para solução de problemas, precisa antes de tudo da oferta de dados.
“Os sensores ajudam a capturar os dados e tornar disponíveis soluções baseadas em IA”, afirmou. A evolução dos sensores permite, por exemplo, capturar a resposta da luz, inferindo informações 3D (ou de profundidade), o que amplia o poder de discernimento de uma tecnologia para veículos autônomos. “Nos veículos pesados, com rotas fixas e velocidades pré-estabelecidas, esse tipo de aplicação traz benefícios, pois é imune ao cansaço, perigo ou distrações”, acrescenta.
Em sua apresentação no Webinar Sobratema, ele trouxe alguns cases internacionais na área de construção e infraestrutura, como hardwares em equipamentos de içamento que aprendem conforme o uso, tecnologia para automatização de inspeção visual e sistemas para reconhecimento de profissionais trabalhando em ambientes para segurança e mitigação de riscos, e o uso de robôs com IA embarcada para acompanhamento de uma construção.
Durante o evento online da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), Leandro Nilo de Moura, gerente de marketing na Manitowoc Cranes Latin America, destacou que as ferramentas existentes hoje possibilitam visualizar detalhes sem precedentes nos equipamentos e na operação, graças aos avanços de processamento de hardware.
“Temos atualmente imagens mais realistas e dispositivos que simulam melhor a visualização do ambiente real”, disse.
Moura ressaltou também que os conteúdos podem ser hospedados de maneira rápida e eficiente em servidores ou serem transportados com facilidade.
Nesse sentido, ele comentou sobre dois kits que a Manitowoc disponibiliza no Brasil, no qual o usuário pode ver a montagem do guindaste GMK 6400-1, interagir com os componentes em um ambiente de realidade virtual, garantindo a segurança na operação, diminuindo o tempo de aprendizagem e entrega técnica e na qualificação de profissionais.
Outro ponto destacado no Webinar Sobratema Inteligência Artificial e Metaverso no mundo da infraestrutura foi como o metaverso é uma realidade na área de infraestrutura, com a introdução das aplicações baseadas no Building Information Modeling (BIM).
“O Brasil lidera o ranking global de países que aderiram ao BIM, estando entre os primeiros adeptos do metaverso”, afirma João Carlos Orzzi Lucas, da Conexig.
Apesar das tecnologias serem fundamentais para os avanços dos negócios, Orzzi alerta sobre as responsabilidades com as decisões tomadas pela inteligência artificial. “Não basta conhecer a tecnologia e seus resultados. É preciso estar preparado para possíveis implicações que possam ser geradas”.
Ele lembrou que nenhum sistema é infalível, exigindo cuidados com segurança e governança para mitigar os riscos de modificação temporária do código-fonte ou a manipulação de entrada/saída que podem alterar momentaneamente um algoritmo sem deixar um registro visível de imediato.
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