Publicado em 31 de maio de 2023
by Redação
in Economia
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O desenvolvimento de novas tecnologias pode contribuir para enfrentar um desafio global no mundo da moda: a geração de resíduos. Em média, cerca de 20% dos tecidos utilizados para a confecção de peças de vestuário se transformam em sobras. De acordo com último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), roupas velhas, retalhos da indústria da moda e peças de couro compõem as mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis descartados por ano no Brasil. O contingente corresponde a 5% de todos os resíduos produzidos no país.
De olho na circularidade da cadeia e em busca de uma produção mais sustentável, a empresa Libértecce desenvolveu uma solução para transformar resíduos sintéticos (poliéster e poliamida) em matérias-primas, que podem ser reutilizadas nas indústrias têxtil, calçadista e de plásticos, na fabricação de armações de óculos e na geração de energia. O case foi mote de live com o tema “Economia circular na moda”, que aconteceu nesta quarta-feira (31), pelo site Movimento BW.
Os detalhes dessa solução, desenvolvida em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros, será apresentada por João Carlos Oleksinski de Andrades, diretor da Libértecce, durante o BW Works SENAI – Empresas Inovadoras, uma iniciativa do Movimento BW, com o apoio do SENAI.
“Esse resultado obtido pela Libértecce só foi possível porque se juntaram as competências da indústria com as dos institutos de pesquisa do SENAI. É o conhecimento aplicado na prática”, destaca Luís Gustavo Delmont, especialista em desenvolvimento industrial do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que fará a apresentação da live.
A primeira possibilidade de uso da solução é na área de madeira plástica, que aceita resíduos mistos. Esse material pode ser usado para fabricação de cabos, telhas, pavers, bancos, painéis decorativos. Os resíduos de poliamida e poliéster também podem ser transformados em pellets para injeção de peças plásticas, como cabides, alavancas de cadeira e peças para máquinas agrícolas, para produzir componentes para calçados e acessórios e até lacres de segurança. O material possui qualidade, durabilidade e resistência, podendo ainda ser leves, no caso de armação para óculos.
O Movimento BW é uma iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e procura estimular o uso de inovação e tecnologia para o desenvolvimento de novos produtos, soluções e serviços sustentáveis, que reduzam a pegada ambiental das atividades humanas. Por isso, lançou, com o apoio do SENAI, por meio dos Institutos SENAI de Inovação e de Tecnologia, a nova série BW Works SENAI – Empresas Inovadoras neste mês de maio.
Na avaliação do diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, Jefferson Gomes, a iniciativa contribui diretamente para mostrar que a pesquisa aplicada e inovação geram negócios sustentáveis para a indústria brasileira.
“Os casos que serão destacados na série são exemplos concretos de que é possível estimular a reindustrialização brasileira com impactos positivos no meio ambiente. Mostramos que o Brasil já é uma potência ambiental. É nisso que o SENAI acredita e por isso essa parceria com a Sobratema”, ressalta Gomes.
O BW Works SENAI – Empresas Inovadoras contará com dez episódios que retratarão cases desenvolvidos pela indústria, em parceria com o SENAI. Esses projetos englobam segmentos como agronegócio, têxtil, alimentício, farmacológico, cosmético, de vidro, de filtros, de combustíveis renováveis, e foram realizados em diversas regiões do país: Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.
A inovação é parte estratégica para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos instrumentos para fomentar Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em direção a soluções mais sustentáveis é a rede de Institutos SENAI de Inovação, com abrangência em todo o país.
Na última década, os 28 Institutos formaram uma equipe de 1.027 colaboradores (sendo 47% com mestrado ou doutorado) responsáveis pela execução de mais de R$ 1,9 bilhão, destinados a mais de 1.930 projetos. Todos desenvolvidos em parceria com cerca de 860 empresas industriais.
A rede foi criada para atender as demandas da indústria nacional. Ela tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Os institutos trabalham em conjunto, formando uma rede multidisciplinar e complementar, entre si e em parceria com a academia, com atendimento em todo o território nacional.
Aliados ao desenvolvimento industrial, os 60 Institutos SENAI de Tecnologia oferecem serviços de metrologia e de consultoria que tem soluções para reduzir desperdícios e impactos nas práticas produtivas e na produtividade. A rede conta com equipe de 1,3 mil consultores capacitados em metodologias padronizadas e testadas, conectados em rede nacional para atendimento de demandas setoriais. Em 2022, foram executados 2,1 milhões de ensaios nos 232 laboratórios de serviços metrológicos em atividade.
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