Publicado em 11 de maio de 2023
11/05/2023
Os custos de reparo e manutenção (CRM) de um equipamento apresentam um comportamento acentuado em função da operação. Quanto maior for o número de horas trabalhadas, maior será o custo por hora de reparo e manutenção. Em uma escavadeira hidráulica, por exemplo, 2,5 mil horas trabalhadas equivalem ao custo de CRM de aproximadamente R$ 18 a hora, subindo para R$ 30 a hora quando está com 5 mil horas de operação. “É possível gastar menos de R$ 50 mil por manutenção quando uma escavadeira é mais nova”, avaliou Flavio Banchi, gerente de Negócios e Projeto da Assiste Engenharia de Softwares Técnicos, durante o Workshop Revista M&T, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), no dia 27 de abril.
O CRM representa cerca de 46% dos custos variáveis de um equipamento. A parcela líder é combustível, com quase 51%, enquanto lubrificantes responde por aproximadamente 3%. Os itens que compõem o CRM são peças, mão de obra, serviços realizados por terceiros e pneus. Do total do CRM, em um construtora com equipamentos de linha amarela, as peças correspondem a 43%, seguido por serviços de terceiro, com 32%, mão de obra, com 17% e pneus com 7%.
Segundo Banchi, é improatnte ter esses dados para reduzir e equilibrar os custos. Outro ponto fundamental é o estudo do ponto de renovação do equipamento, que leva em consideração fatores como idade, valor de aquisição e de revenda, período de uso anual, CRM em função do ciclo de vida, curva de depreciação, taxa de juros de mercado, rentabilidade, indisponibilidade mecânica e valor de mão de obra. Para uma escavadeira, com informações padrão de mercado, o ponto de renovação econômica seria aos 8,2 anos ou 16,7 mil horas trabalhadas. “A manutenção de uma máquina velha é maior do que a soma da manutenção da nova e de sua parcela de aquisição”.
Na sequência, Amadeu Martinelli, sócio-diretor de Operações, Novos Negócios e Tecnologia da WPX Locações, fez uma avaliação sobre CAPEX, que se refere ao investimento e despesa com os bens de capital; OPEX, que está relacionado à despesa operacional, e ciclo de vida do equipamentos, que pode variar de acordo com a gestão e operação. A seu ver, é importante também considerar a questão de sustentabilidade, pois uma máquina que emite mais carbono na atmosfera implica em maior custo para neutralizar. “As máquinas precisam ter resultado, com produtividade, governança e meio ambiente. Assim, é fundamental olhar esses três pontos para termos rentabilidade e taxa de retorno”, destacou.
A terceira apresentação trouxe conceitos de manutenção preditiva, ferramentas para prevenção de falhas, e planejamento estratégico de manutenções. Thiago de Oliveira Santos, analista de Serviços da Komatsu, comentou sobre as ferramentas para prevenir falhas, como a análise de óleo, que consegue determinar anomalias, indicar impurezas, contaminantes e desgastes irregulares dentro dos principais componentes do equipamento. “É o exame de sangue da máquina”, pontuou.
Para Rodrigo Horvath, engenheiro de Serviços da Komatsu, a manutenção preditiva contribui para eliminar desmontagens desnecessárias de equipamentos, prevenir paradas e trazer mais confiabilidade à operação. Ele tratou também sobre o planejamento estratégico das manutenções, que tem como benefícios a previsibilidade de definir o melhor momento para a realização da manutenção, reduzindo custos e ampliando a disponibilidade da máquina.
Durante o Workshop, José Luiz Passarelli Vicentini, diretor regional da Sobratema, apresentou em detalhes, por meio de uma simulação no site, o Programa Custo Horário de Equipamentos da Sobratema, que é considerado uma referência do mercado para a precificação de máquinas em uma obra e para a mensuração dos custos com os equipamentos em um determinado projeto. “O programa foi elaborado por profissionais experientes e tem sua metodologia aprimorada e constantes atualizações. Atualmente, conta com 34 famílias, 125 categorias e 1728 modelos de equipamentos”, disse.
Mediado por Vagner Barbosa, o Workshop Revista M&T teve a saudação do engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema, e contou com o patrocínio da Komatsu e da Unidas Pesados.
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