Publicado em 30 de novembro de 2023 por Mecânica de Comunicação
O modelo linear de produção torna o desenvolver sustentavelmente inalcançável, pois transpassa os limites ecológicos, incompatibiliza o equilíbrio entre economia e meio ambiente e acaba por gerar riscos sociais. Pois, em uma crise ecológica e esvaziamento dos estoques naturais, a economia, que é amplamente dependente de recursos naturais, perde a sua base, gerando graves problemas sociais, como alargamento da pobreza e desigualdade social. Isso deixa bem claro que é fundamental alterar o modelo que serve como alicerce da economia, sem, no entanto, obstaculizá-la excessivamente.
Sob a ótica industrial, as possíveis consequências do modelo linear de produção e consumo, como a previsão de que elementos essenciais à indústria – tungstênio, irídio – possam se esgotar em período curto, de até 50 anos, torna urgente e merecedor de escala global o debate sobre a alteração da base econômica para um modelo que dissocia a economia do meio ambiente, antes que questões ambientais comprometam a própria atividade econômica.
Portanto, a alternativa proposta para mudar o panorama contemporâneo dos estoques naturais, reverter o risco de crise ecológica e equilibrar o tripé ambiental, econômico e social, é a Economia Circular, um modelo econômico que se propõe manter os estoques naturais sem que atividade econômica fique comprometida, satisfazendo as necessidades humanas com impactos menores ao meio ambiente. Os impactos da ação humana em uma Economia Circular são minimizados, pois, o objetivo da circularidade é manter produtos e matérias em ciclos contínuos de uso e, assim, evitar desperdício e necessidade de utilização de matérias-primas virgens.
Ecossistemas Industriais são uma das maneiras de introdução da Economia Circular na atividade produtiva de forma não isolada, propondo que várias empresas possam compartilhar matérias-primas, resíduos, energia, espaço, logística, etc., para evitar desperdício de recursos e reduzir custos da produção. O alicerce dessa teoria é a afirmativa de que aquilo que é considerado inútil para uma empresa possa servir como recurso para outra.
A Blue Economy é paralela à Economia Circular, mas pode muito bem unir objetivos em prol do desenvolvimento sustentável. A sua principal característica é usufruir de técnicas que imitam ecossistemas naturais, para utilização em escala industrial. Semelhantemente, a Biomimética preza pelo conhecimento fornecido pela natureza, criando produtos adaptáveis à vida na Terra, e com foco no longo prazo. Baseiam-se na premissa de que a natureza é autossuficiente e soluciona todos os seus problemas.
A Economia de Performance, genericamente, trata o desenvolvimento sustentável como algo atingível pelo avanço tecnológico e que toda a atividade econômica deve considerar não comprometer o meio ambiente. O Capitalismo Natural atribui valor monetário para os recursos naturais, elevando-os da condição de um fator de produção comum, dando ao meio ambiente status de sustentação da economia.
Veja-se que, unindo a Economia Circular com as suas escolas de pensamento e/ou termos relacionados, ocorre a otimização sistêmica da atividade produtiva, pois todas as fases da produção podem ser objeto de melhorias para reduzir desperdício de matérias-primas e facilitar o prolongamento do ciclo de vida útil de produtos e matérias.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado A integração da economia circular na noção de desenvolvimento sustentável: O papel do Estado e das indústrias na promoção da circularidade, defendida por Régis Andreas Smaniotto, no Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul, sob orientação do professor Leonardo de Camargo Subtil.
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