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Publicado em 29 de agosto de 2024 por Mecânica de Comunicação

Projeto contribui implantação de práticas sustentáveis na agricultura familiar na Amazônia

Na perspectiva de desenvolvimento rural sustentável, verifica-se a necessidade de uma agricultura que atenda às necessidades socioeconômicas e ambientais a partir da incorporação dos princípios agroecológicos. Potencializar os sistemas de produção capazes de trazer benefícios socioeconômico e ambiental onde as espécies florestais passam a ser plantadas na mesma área de produção agropecuária permite a diversificação de produtos com diferentes variações, independentemente do sistema agrícola, pecuária ou comercial.

Os Sistemas Agroflorestais (SAF) representam uma abordagem moderna baseado em tecnologias para aproveitar os atributos de sustentabilidade e os benefícios de produção testados pelo tempo. Um SAF tem papel fundamental em sustentar e diversificar a produção agrícola além de prestar serviços ecossistêmicos e garantir a integridade ambiental no uso da terra. Desta maneira, cresce o número de tecnologias que compõem os diferentes sistemas, modalidades e arranjos. Recentemente, o conceito de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) apresenta-se com inúmeros benefícios tecnológicos, econômicos, sociais, ecológicos e ambientais, principalmente em pequenas e médias propriedades.

Nos desafios enfrentados no uso da terra, os SAF aparecem como ferramentas para auxiliar com os problemas gerados no uso global da terra, integração da ciência e prática para a sustentabilidade na agricultura. As alternativas viáveis para melhorar as práticas de uso da terra e manejo florestal pelos pequenos e médios produtores rurais são aceitáveis, principalmente quando existem incentivos para o desenvolvimento rural sustentável e a conservação da biodiversidade.

Neste sentido, o Projeto Rural Sustentável (PRS) surgiu para incentivar esta agricultura sustentável na região Amazônica. Criado por meio de cooperação técnica financiada pelo Governo Britânico, o PRS tem como executor e gestor financeiro o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para beneficiar agricultores familiares, dentre os minifúndios e as pequenas propriedades.

Sendo assim, o apoio técnico e financeiro aos produtores rurais beneficiários deu-se por intermédio dos Dias de Campo e das Chamadas de Propostas para Unidades Demonstrativas e Multiplicadoras. O Projeto Rural Sustentável na fase I fomentou à implantação de tecnologias em prol da melhoria da gestão da terra e das florestas para um desenvolvimento rural sustentável, redução da pobreza, conservação da biodiversidade e proteção do clima. Por meio de ações de apoio financeiro para implantação dos sistemas de produção, em conformidade ambiental, os beneficiários receberam: treinamentos; monitoramento e acompanhamento das atividades.

Foram implantados, por exemplo, em propriedades rurais do município de Buritis, 58 projetos com tecnologias apoiadas pelo PRS, principalmente com a utilização de SAF/iLPF, sendo selecionadas nove Unidades Demonstrativas (UD) e implantadas 49 Unidades Multiplicadoras (UM), tendo como beneficiários pequenos e médios Produtores Rurais e capacitação de Agentes de Assistência Técnica (ATEC).

Nesse sentido, esses sistemas de produção, surgem como importante alternativa para a agricultura familiar, importante para a economia brasileira, ao prover abastecimento alimentar, geração de renda, controle da inflação e melhoria no nível de sustentabilidade das atividades rurais. Vale destacar que, quando agricultores reconhecem sua responsabilidade há mudança de paradigma no desenvolvimento, passam a enxergar quais práticas que afetam diretamente o meio ambiente. Sendo assim, tornam-se necessárias ações pautadas nos princípios da sustentabilidade a fim de alcançar um desenvolvimento rural sustentável.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Contribuição do Projeto Rural Sustentável (PRS) para a recuperação de áreas degradadas em propriedades da agricultura familiar no município de Buritis/RO, defendida por Josimar dos Santos Mateus, no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Administração – PPGA, da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, sob orientação do professor Theophilo Alves de Souza Filho.