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Publicado em 13 de fevereiro de 2025 por Mecânica de Comunicação

Apicultura pode ser um instrumento para levar educação ambiental às escolas do campo

Dentre as tantas funções que as abelhas desempenham na natureza, a polinização é uma das mais importantes, pois está diretamente atrelada à produção agrícola. A cada quilo de subproduto apícola, a polinização incrementa outros 15 quilos de alimentos e esse se deve, também, ao fato de que espécies como a Jataí acabam atuando sobre muitas espécies.

Nesse sentido, a existência de abelhas está diretamente ligada à sobrevivência do ser humano. No ano de 2013, durante a reunião da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistêmicos (IPBES), em Antalya, Turquia, um estudo demostrou que pelo menos três quartos (75%) das culturas do mundo dependem da polinização por abelhas e outros polinizadores para se desenvolver e gerar frutos.

Além disso, a apicultura também tem um importante papel no desenvolvimento social, já que sua atividade garante a ocupação da mão de obra familiar e muitos casos. Não obstante, a incorporação de produtos apícolas nos hábitos alimentares significa economia na aquisição de medicamentos, já que é um alimento funcional e está na fronteira dos remédios.

Partindo desse cenário, observa-se a multiplicidade de benefícios da meliponicultura, como a geração de renda a comunidades rurais, reduzindo a necessidade de explorar outros recursos naturais e a criação de incentivos para proteger o meio ambiente, contribuindo com a preservação das abelhas nativas e dos serviços de polinização que elas fornecem, fundamentais para garantir a produtividade de muitas culturas comerciais e manter a biodiversidade de plantas dos ecossistemas naturais. Em outros termos, pode-se dizer que a meliponicultura está diretamente associada ao desenvolvimento Rural Sustentável.

A atividade apícola desempenha papel extremamente importante em relação ao meio ambiente e o futuro da humanidade, além de ser ecológica é rentável, e ainda pode ser desenvolvida em qualquer localização geográfica que possua clima favorável e uma vegetação exuberante e rica em floradas.

Nesse sentido, a relação entre a criação de abelhas, a sustentabilidade e o desenvolvimento rural é um processo que será efetivado pela educação ambiental, por ser um processo de alteração cognitiva, normativa e ontológica.

A concepção da Educação Ambiental no contexto de uma escola do campo, num projeto que envolve a apicultura está intimamente associada ao que pondera a legislação, segundo o qual “os desmatamentos e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental deverão facilitar a coleta de colônias em sua área de impacto ou enviá-las para os meliponários cadastrados mais próximos”.

Entender a Educação Ambiental como ferramenta da educação, requer o desenvolvimento de uma prática comum no ambiente escolar, ou seja, não pode se limitar a atividades de sala de aula para cumprir conteúdo. À luz desse entendimento, a educação ambiental não se limita à condição de disciplina dentro da estrutura curricular, mas de um processo interligado e complementar. O desafio da Educação Ambiental, sob essa perspectiva, é servir como fonte mediadora da relação entre a educação e o ambiente, dialogando com problemas gerados pela crise ecológica e produzindo reflexões, concepções, métodos e experiências para construção de conhecimento e valores ecológicos.

As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Educação e sustentabilidade: análise de um projeto de educação ambiental, defendida por Jane Marli Monteiro, no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável – PPGDRS, do centro de ciências agrárias da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, sob orientação do professor Alvori Ahlert.