Publicado em 27 de março de 2025 por Mecânica de Comunicação
Os inventários de emissões atmosféricas vêm ganhando cada vez mais importância no direcionamento de esforços e ações que visem o cumprimento dos compromissos globais ambientais, orientados à melhoria simultânea da qualidade do ar e à mitigação e adaptação às mudanças climáticas. São instrumentos que compilam e agregam informações úteis para a identificação das atividades ou setores que impactam significativamente o meio ambiente numa área, localidade ou globalmente.
Os inventários de emissões atmosféricas são muitas vezes separados em inventários de emissões atmosféricas de GEE e inventário de emissões atmosféricas de poluentes, dos quais têm em finalidades diferentes. Os inventários de emissões atmosféricas de poluentes fornecem insumos para avaliação dos impactos socioambientais atribuídos à alteração da qualidade do ar e a necessidade de implementação de controles específicos em setores econômicos, assim como de tecnologias de abatimento.
As metodologias de cálculo estão baseadas nas diretrizes definidas pelo IPCC para estimar as emissões de gases de efeito estufa. Embora não exista um método único que possa ser usado para estimar as emissões médias de todas as categorias de fontes, existe a equação fundamental, que consiste na multiplicação dos valores de consumo e produção de uma atividade fonte (A) com seu correspondente fator de emissão (FE).
Embora o uso de fatores de emissão no desenvolvimento de inventários seja considerado o último recurso para estimativa das emissões atmosféricas, este constitui o método de cálculo mais usado, pois nem sempre estão disponíveis ou atualizados os dados de medidas que são realizados em fontes de emissão específicas ao público geral.
A quantificação das emissões pode ser abordada desde os conceitos multidisciplinares e amplamente usado na área da macroeconomia, Bottom-up e Top-down, conceitos incluídos pelo IPCC no trabalho sobre as dimensões econômicas e sociais das mudanças climáticas de 1995, com a finalidade de analisar a eficácia e o impacto das políticas de mitigação das mudanças climáticas.
A abordagem top-down se baseia na análise de tendências e relacionamentos históricos para prever as interações, principalmente entre o setor de energia e o resto da economia. De forma simples consiste em uma análise carente de detalhes tecnológicos sem conseguir a heterogeneidade da demanda de serviços de energia, assumindo dados comuns nas estimativas.
Por outro lado, a metodologia bottom-up descreve com detalhe o consumo de energia, já que seu enfoque está na análise das tecnologias e das opções de investimento pela otimização. Os inventários que possuem esta abordagem estão associados aos métodos de cálculo mais complexos (Tier 2 e Tier 3), os quais utilizam fatores de emissão mais específicos discriminando as condições específicas do processo e da tecnologia associada.
Os inventários de emissões atmosféricas são o melhor instrumento para a gestão da qualidade do ar na escala local, nacional e global, pois contabilizam as emissões de poluentes atmosféricos gerados em um determinado sítio por uma ou várias atividades de tipo industrial, residencial ou natural. A identificação dos setores que aportam significativamente à contaminação do ar, permite que as autoridades, empresários e outros órgãos de gestão, direcionem seus esforços no cumprimento dos objetivos relacionados à melhoria da qualidade do ar, às ações contra as mudanças climáticas e à proteção da saúde humana.
As informações acima foram extraídas da dissertação de mestrado Desenvolvimento de inventário de emissões atmosféricas para quatro setores industriais do Brasil com abordagem Bottom-up, defendida por Camila Andrea Ibagué Rey, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), sob orientação da professora Leila Droprinchinski Martins e coorientação do professor Sergio Ibarra Espinosa.
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade