Publicado em 16 de abril de 2019 por Mecânica de Comunicação
A crescente conscientização sobre o risco de escassez de água em resposta ao crescimento populacional acentuado vem aumentando os cuidado com a preservação de tal recurso. Dados recentes apontam que um em cada cinco países está sujeito a experimentar uma severa falta de água dentro de vinte e cinco anos. Para planejar o devido aproveitamento dos recursos hídricos, países ao redor do mundo empregam diferentes técnicas, sendo a captação de água da chuva um dos mais utilizados. Na Holanda, por exemplo, a técnica é usada para evitar o transbordamento dos canais urbanos, sendo Japão e Alemanha outros países que usam estratégias de captação pluvial. Já no Brasil, a técnica é usada em regiões do semiárido, onde cerca de 80% do subsolo apresenta formação cristalina, ou seja, sem lençol freático. Portanto, a captação pluvial nesse caso é fundamental para disponibilizar água para consumo humano.
Além do consumo e manutenção da infraestrutura, a técnica de captação pluvial pode ser usada para outros fins, como em sistemas de edificações. Nesse caso, a viabilidade do uso de água de chuva é caracterizada pela diminuição da demanda de água fornecida pelas companhias de saneamento, com a consequente diminuição de custos. Para a captação nessas condições, são utilizadas áreas impermeáveis, normalmente o telhado. A água da chuva coletada por meio de calhas, condutores verticais e horizontais é armazenada em reservatórios - que devem ser projetados de acordo com as necessidades dos usuários e com a disponibilidade pluviométrica local - e posteriormente usada para fins não potáveis, como em bacias sanitárias, torneiras de jardim e limpeza das dependências do edifício.
A efetividade do sistema de captação pluvial depende basicamente de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. Se tais características forem elevadas, o prazo de recuperação do investimento é curto. Mesmo que não esteja destinada ao consumo humano, a água da chuva coletada em edificações deve ser testada em quesitos como acidez e odor e verificada quanto a índices de concentração de substâncias químicas, como ferro, manganês, cloretos, sulfatos e fluoretos. Nota-se também que a concentração de bactérias na água coletada pode ser elevada devido ao contato com o telhado, o que pode ser resolvido com a adição de cloro.
O assunto foi estudado em detalhes pela dissertação de mestrado Estudo da Viabilidade do Aproveitamento de Água de Chuva para Consumo Não Potável em Edificações, de autoria de Simone May, com orientação de Racine Tadeu Prado e aprovada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade